//FERNANDO PESCIOTTA// Empresa de ônibus e o PCC na Prefeitura



O prefeito de São Paulo é uma eterna metamorfose política. Ilustre desconhecido, embarcou na carroceria do PSDB, quando o PSDB ainda existia e não era bolsonarista, por mero acaso. Oportunista, ficou no banco de reservas apenas esperando sua vez, pois todo mundo sabia o que, infelizmente, estava para acontecer com Bruno Covas.

Com o andar da carruagem, o prefeito foi retomando seu lugar preferido, pendendo cada vez mais à direita na tentativa de se contrapor às vitórias de Fernando Haddad e de Lula na Capital paulista.

Hoje, Ricardo Nunes é um grande bolsonarista e, como insinuam investigações policiais, com suspeitas de ligação com o PCC.

Operação do Ministério Público e da Polícia Civil na terça-feira (9) levou à prisão de seis pessoas ligadas às empresas de ônibus UPBus, que opera na Zona Leste, e Transwolff, da Zona Sul, acusadas de relação com a organização criminosa.

Os donos das empresas e alguns de seus principais funcionários são acusados de lavagem de dinheiro do PCC. A polícia encontrou armas de grosso calibre, dinheiro e joias em suas casas.

Juntas, UPB e TW transportam 700 mil pessoas por dia e recebem R$ 800 milhões da Prefeitura. Com o agravante que a TW nem precisou de licitação da Prefeitura de Ricardo Nunes para ganhar recentemente licença para operar ônibus elétricos e aquáticos.

Nos corredores da Prefeitura, comenta-se que a TW tem uma relação umbilical com Milton Leite, presidente da Câmara Municipal e do mesmo curral eleitoral de Nunes, a região Sul da Capital.

São razoáveis as chances de o caso não ser isolado. Essa história de prefeito envolvido com máfia e ônibus se verifica aqui e ali, o que só eleva a importância do voto nas eleições municipais.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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