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Oficialmente, este domingo (31) marcou os 60 anos do golpe militar de 1964, o último efetivado entre as muitas tentativas dos fardados para ficarem no poder. Na realidade, porém, o golpe se efetivou no dia 1º de abril, Dia da Mentira.
Neste ano, assim como em muitos outros, a data virou motivo de polêmica pela iniciativa do presidente Lula de não querer dar muita bola para a efeméride. Como o 31 de março colou no Sábado de Aleluia, Lula foi o Judas da vez de grande parte da mídia e de setores políticos que se dizem combativos.
Para o relator da ONU sobre Verdade, Justiça e Reparação, Fabian Savioli, o silêncio de Lula é sinal de que a ditadura ainda não foi superada.
Pode ser, e a tentativa de golpe recente pode comprovar a tese, mas também mostra que caldo de galinha às vezes pode ser a melhor receita. Não é necessário estardalhaço para saber que a ditadura militar foi uma desgraça em todos os aspectos. Não a queremos nunca mais.
Talvez o que melhor sintetize aquele período seja o diálogo entre os generais Ernesto Geisel e Dale Coutinho.
O então futuro ministro do Exército comentou com o então futuro presidente que as ações desenvolvidas por Emílio Garrastazu Médici tinham surtido efeito. “O negócio melhorou muito. Agora, melhorou, aqui entre nós, foi quando começamos a matar. Começamos a matar”, festejou.
O País não quer a volta da barbárie, não quer os militares no poder, não concorda com a tentativa de golpe e espera que os responsáveis sejam condenados. O resto é barulho.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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