//NOTAS SERRANAS// Covid continua a matar na cidade. Em 2023 foram 493 casos e 2 mortes

    



Mortes por covid

Os casos de covid-19 vêm aumentando no município desde o ano passado. Serra Negra registrou 493 ocorrências da doença em 2023 e duas mortes em casos confirmados. Os dados constam na prestação de contas das aplicações do Fundo Municipal de Saúde e Gestão em Saúde Municipal de 2023, que será apresentado à população em audiência pública online no dia 12 de março. O Viva! Serra Negra teve acesso ao documento, embora nem a assessoria de imprensa nem a Secretaria de Saúde disponibilize o material para os jornalistas.

Faltam dados e vacina

Apesar dos alertas de uma nova onda de variantes do vírus da covid-19 no país, com um aumento dos casos da doença em 70% em apenas uma semana no início de fevereiro, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Serra Negra está há 15 dias sem a segunda dose bivalente contra a doença para as pessoas com mais de 60 anos. A prefeitura também não informou o número de casos registrados até o momento neste ano. A informação extraoficial é que há aumento das ocorrências da doença na cidade.

Sem prazo para vacinação

No dia 16 de fevereiro foram aplicadas no município 29 doses da segunda dose da vacina bivalente contra a covid-19. Desde então, os moradores que procuram o posto ESF Dr. Firmino H Cavenaghi são orientados a aguardar o contato da Secretaria de Saúde sobre a disponibilidade da vacina. Os funcionários informam que não há previsão para a retomada da vacinação. O Conselho Municipal da Pessoa Idosa  de Serra Negra enviou ofício ao secretário da Saúde, Ricardo Minosso, questionando sobre o número de doses ofertadas e solicitadas à Delegacia Regional de Saúde de Campinas, responsável pelo abastecimento de vacinas nessa região do interior do Estado. Mas até o início da semana ainda não havia enviado resposta ao órgão.

Infecções por dengue

A contaminação pelo mosquito da dengue também já vem aumentando na cidade desde o ano passado, seguindo tendência no Estado de São Paulo, que contabilizava até quinta-feira, 29 de fevereiro, mais de 110 mil casos e 23 óbitos. A cidade registrou sete casos de dengue em 2023. A prefeitura ainda não divulgou o número de casos registrados este ano, embora tenha intensificado os alertas sobre o perigo da dengue em suas redes sociais.

Investimentos obrigatórios

O governo federal repassou em 2023 quase R$ 10 milhões para os serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no município. Esse valor representa pouco menos de um terço dos 40,6 milhões investidos pelo município nessa área. O governo do Estado de São Paulo contribuiu com apenas R$ 1 milhão. A administração municipal investiu R$ 29,6 milhões do Orçamento em Saúde. Esse valor representa R$ 25,6% da arrecadação e supera os 15% constitucionais obrigatórios a todos os municípios brasileiros.

Mais saúde básica

O aumento dos repasses destinados à saúde básica e a retomada do programa Mais Médico pelo governo Lula contribuíram para a maior oferta dos serviços essenciais de saúde em Serra Negra. O governo federal destinou ao município R$ 4,2 milhões para essa área, por meio de convênios vinculados. O número de médicos de clínica geral, especialistas em atendimento às famílias e atenção primária, aumentaram. Esses profissionais realizaram 58.806 atendimentos, de longe o maior número de consultas oferecidas na saúde básica. Os pediatras realizaram 6.190 consultas e os ginecologistas fizeram 5.893 atendimentos.

Mais Médicos

Os repasses federais permitiram ainda a contratação de dez equipes de saúde da família, com plantão de 40 horas cada, além de 12 equipes de saúde bucal, com plantões de 40 horas e 20 horas. O governo federal repassou ainda R$ 700 mil para garantir o pagamento dos salários dos profissionais da área da enfermagem com o reajuste previsto na nova lei que regulamenta o piso da categoria.

Medicação e alta complexidade

A prefeitura destinou R$ 2,7 milhões na distribuição de medicamentos. Quase metade desse valor custeou medicações essenciais. O governo federal elevou o repasse inicialmente previsto para essa área. A estimativa da prefeitura era de um repasse de R$ 75 mil para a distribuição de medicamentos. O governo federal liberou R$ 112,5 mil para a área farmacêutica. Os repasses do governo Lula para os serviços de média e alta complexidade oferecidos em ambulatórios e hospitais também ficaram acima dos R$ 2,6 milhões inicialmente previstos. O governo federal repassou R$ 3,7 milhões para esses atendimentos.

Saúde mental

O relatório sobre a prestação de contas na área da saúde indica que o atendimento mais precário ao longo de 2023 foi na psiquiatria. Estão cadastrados para receber atendimentos à saúde mental 2.024 pacientes, mas foram registrados ao longo do ano apenas 2.839 atendimentos por médicos psiquiatras e 2.961 por psicólogos, o que dá menos de duas consultas por paciente. A situação é mais crítica em relação às internações. Foram solicitadas 49 solicitações de internação, mas foram ofertadas apenas 19 pelo Sistema Informatizado de Regulação do Estado de São Paulo (Cross), que tem por objetivo instrumentalizar a regulação do acesso à saúde.

Efeito pandemia

A demanda pelos serviços de psiquiatria e psicologia cresceram de forma exponencial depois da pandemia. Essa foi uma tendência mundial. O município registrou no ano passado, um caso de suicídio e outro de tentativa de suicídio. Além disso, foi registrado caso de violência autoprovocada por intoxicação com entorpecentes, produtos químicos, de limpeza e raticida, medicamentosa. O relatório revela ainda que foram registrados oito casos de violência contra a mulher, seis de violência sexual e seis de violência contra a criança e adolescente.

Psiquiatria infantil 

A Secretaria de Saúde iniciou no ano passado um atendimento experimental de psiquiatria infantil na Unidade Básica de Saúde Alto das Palmeiras. Estão inscritas no serviço 333 crianças. Ao longo do ano, foram oferecidos 158 atendimentos médicos, 32 consultas com neurologista e 839 com psicólogos. O serviço social destinado à psiquiatria infantil realizou 435 atendimentos.

Educação inclusiva

O relatório da prefeitura apresenta dados sobre os atendimentos realizados no ano passado pelo Centro Integrado de Reabilitação Professora Olga de Souza Vichi. Foram realizados no local 1.366 atendimentos de psicologia, 1.254 de fonoaudiologia, 968 de fisioterapia e 153 de psiquiatria. O levantamento não informa, no entanto, quantas crianças estão sendo atendidas no local nem qual é o impacto da alteração mais uma vez do nome da escola para Escola Municipal de Educação Básica Especial (Emeb) Professora Olga de Souza Vichi. Há pouco mais de dois anos, a escola especial, como é conhecida, se transformou em um centro de reabilitação. Um dos primeiros projetos de lei aprovados pela Câmara Municipal este ano modifica mais uma vez a denominação da instituição. A prefeitura ainda não esclareceu os motivos da mudança nem o impacto dela nos serviços oferecidos.

Asfalto eleitoral

Novamente, ruas do Centro foram asfaltadas, algumas sem nenhuma necessidade. O trânsito de veículos, na quinta-feira, 29 de fevereiro, foi bastante prejudicado pelas obras. Para não caracterizar propaganda de sua administração com dinheiro público, o prefeito Elmir Chedid usou suas redes sociais para exaltar o "feito". Mas é evidente que tanto o asfaltamento das ruas quanto as publicações são parte de sua campanha eleitoral. Há ainda muitas pessoas que acham que governar bem é despejar asfalto em vias públicas. 

Pouco atrativo

Talvez por constatar que o novo centro de artesanato da Praça Sesquicentenário vive às moscas, o vereador Renato Giachetto pediu ao prefeito Elmir Chedid que faça "obras de infraestrutura e atrativos necessários, inclusive lanchonetes e área para alimentação para munícipes e turistas" naquele local. O centro de artesanato, da maneira como foi construído, com um gradil em toda a sua volta e apenas duas entradas para o público, é um dos lugares da cidade menos visitados pela população e visitantes. 



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