//FERNANDO PESCIOTTA// Fidelidade e a turma do contra



Após vários anos com uma política industrial conduzida por “liberais”, incluindo Paulo Guedes, o Chile tornou-se uma grande caderneta de poupança, com fundos de aposentadorias e produção de vinho. A indústria acabou, o país não fabrica nem um botão de camisa.

Paulo Guedes tentou fazer a mesma coisa por aqui, tentou transformar o Brasil num Chile piorado, dada a população milhões de vezes maior, assim como a pobreza.

Lula entende a importância da indústria para a criação de empregos, exportação e independência do País. Desde antes de tomar posse, pediu à sua equipe um plano para reinventar a produção industrial.

O novo plano, prevendo financiamento de R$ 300 bilhões e focado na inovação, foi apresentado nesta segunda-feira (22). Provocou elogios de empresários do setor e críticas de economistas da Faria Lima.

O presidente metaforicamente disse que “dinheiro não é mais problema” para a recuperação da indústria. Segundo ele, o Estado tem o dever de financiar exportações e proteger o conteúdo local.

Foi o que bastou para o mau humor na Faria Lima. Mesmo que digam não acreditar no déficit zero neste ano, os economistas guiados pelos bancos reagiram dizendo que o plano é uma ameaça à política fiscal.

Pelo azedume dessa turma, que fez o dólar subir e a Bolsa cair, o plano deve ser bom e tem chances de dar certo.

Parafraseando o padre Júlio Lancelotti, há certas empreitadas na vida nas quais você entra com o objetivo de fracassar, porque se der certo é sinal de que aderiu ao sistema. “Não luto para vencer, luto para ser fiel até o fim.”

-----------------------------------------------

Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


Comentários