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Às vésperas da eleição presidencial de 2022, o miliciano tentou comprar o voto dos brasileiros e passou a distribuir dinheiro a rodo, sem nenhum critério, comprometendo seriamente as finanças públicas. O sacrifício ficou para a gestão do presidente Lula e o ministro Fernando Haddad.
Ao menos a distribuição de dinheiro serviu para reduzir um pouco a miséria que ele mesmo aumentou significativamente: a taxa de pobreza caiu do recorde de 36,7% em 2021 para ainda expressivos 31,6%.
No ano passado, 60,1% da população brasileira vivia com até um salário mínimo per capita por mês e 31,8% tinha renda entre um e três salários mínimos. Apenas 8,1% recebia mais de três salários mínimos, mostra a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE.
Além de pobre, a população era geograficamente desigual. Quatro Estados (Maranhão, Alagoas, Paraíba e Amazonas) tinham mais de 80% da população com renda de até um salário mínimo.
Na outra ponta, no Distrito Federal, 22,6% da população recebia mais de três salários mínimos. Santa Catarina (50,0%) e Rio Grande do Sul (44,4%) têm parcelas expressivas com renda entre um e três mínimos.
Outra herança maldita está na falta de ocupação dos jovens. Conforme o levantamento, 10,9 milhões de pessoas de 15 a 29 anos não estudavam nem trabalhavam em 2022, ou 22,3% da população estimada para essa faixa etária. E destes, metade é de família que ganha até um salário mínimo.
Os desafios de Lula, portanto, são enormes. Depois do Pisa mostrar a piora qualitativa dos estudantes, sabe-se agora que o miliciano deixou um País na miséria, literalmente, desencantado, desiludido e desocupado.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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