//FERNANDO PESCIOTTA// Pressão do governo na quarta-feira cheia



Esta quarta-feira, justo dia 13, promete ser quente em Brasília. Ao mesmo tempo em que o Congresso vota medidas econômicas de interesse do governo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vai anunciar a queda de 0,5 ponto porcentual da taxa básica de juros.

A grande expectativa, porém, é quanto ao comunicado do BC, para ver o que as vossas excelências indicam para o futuro.

Na véspera do anúncio da decisão, o presidente Lula disse que é preciso “mexer com o coração do presidente do BC”, Roberto Campos Neto, para que ele baixe os juros no ano que vem.

O ministro Fernando Haddad também voltou a cobrar a redução mais acentuada dos juros alegando que ainda há gordura na política monetária. A taxa real está muito à frente da segunda maior do mundo.

Para ajudar nessa pressão, o IBGE informou que a inflação medida pelo IPCA subiu 0,28% em novembro, o menor índice para o mês desde 2018 e 0,02 ponto porcentual abaixo da estimativa de analistas.

Com o resultado, o acumulado em 12 meses é de 4,68%, ante 4,82% até outubro e 4,70% previstos pelo mercado, dentro do teto da meta do BC, que é de 3,25% com margem de tolerância de 1,5 ponto.

No cenário político, o Senado analisa as indicações do presidente Lula para o STF e a PGR. A votação mais emblemática é do “comunista” Flávio Dino – antes, ele será sabatinado por longas horas. O governo mandou todos os ministros com mandato de volta ao Senado para engrossar o apoio e espera alcançar 53 votos.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com



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