//FERNANDO PESCIOTTA// Vitória de Haddad

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil



Ao confirmar que o governo não vai alterar a proposta orçamentária que coloca a meta de déficit zero em 2024, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o foco é aprovar medidas que aumentem a arrecadação para cumprir essa meta.

Padilha é muito bom articulador, ótimo comunicador. Usou toda sua habilidade para tentar dar um recado de unificação do governo em torno da questão fiscal. Fez sua parte, mas todos sabemos que não é bem isso.

Responsável pela articulação política do governo, Padilha negou que o presidente Lula em algum momento tenha defendido a mudança da meta. Argumentou que o presidente se referia à banda de 0,25 ponto porcentual prevista no arcabouço fiscal e não à meta.

A proposta de Orçamento de 2024 sem alteração, prevendo déficit zero, certa ou errada é uma vitória do ministro Fernando Haddad. Ele sai fortalecido para defender votações de projetos que visam elevar a arrecadação, essenciais para ao menos chegar perto da meta.

Analistas estão classificando essas propostas arrecadatórias de “justiça tributária”. Isso não impede, porém, que parlamentares pressionem contra projetos como o que visa taxar grandes fortunas. Onde já se viu querer fazer com que milionários paguem imposto.

Mesmo dentro do PT há quem exponha críticas públicas a Haddad pela “teimosia”. Óbvio que há vantagens e desvantagens tanto no déficit zero quanto na alta de despesas dentro de determinado limite. Mas a ideia de seriedade na proposta do ministro da Fazenda tende a atrair investimentos por emprestar credibilidade ao governo e à coisa pública.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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