//FERNANDO PESCIOTTA// Um nazista em Serra Negra



Será lançado no final de semana em São Paulo o livro “Baviera Tropical”, de Betina Anton, que revive a passagem do genocida nazista Josef Mengele por Serra Negra.

Um dos assassinos mais procurados do mundo no pós-guerra, até hoje é um mistério como Mengele viveu por duas décadas no Brasil sem ser importunado. Só foi descoberto depois de morrer afogado em Bertioga, no final dos anos 1970. Ele morava em São Paulo.

O livro da editora internacional da TV Globo e mestre em história pela London School of Economics, com formação escolar na Alemanha, tenta desvendar esse mistério e cita as passagens de Mengele por Serra Negra.

O livro dedica umas tantas linhas à história da polonesa Cyrla, vítima das barbaridades de Mengele no campo de concentração de Auschwitz. Ela sobreviveu e se mudou para o Brasil. Numa temporada de férias em Serra Negra, ouviu rumores de que Mengele também estava na cidade.

Nascido em Günzburg, na Baviera, o responsável por milhares de mortes e torturas transitou livremente pelo Brasil, após fugir com identidade falsa da Alemanha e rápidas passagens pela Argentina e Paraguai, graças à ajuda de autoridades e de uma rede de apoiadores.

Muita gente sabia da sua existência e o ajudou a manter a fantasia atrás de nome falso. Essas pessoas são a raiz desse nazismo que sai do fundo da terra e floresce entre nós. Precisa ser rastelado constantemente, sob risco de nos engolir novamente.

-----------------------------------

Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

c

Comentários