//FERNANDO PESCIOTTA// Desmatamento, calor e a tragédia econômica



Após quatro anos consecutivos de taxas elevadíssimas, o desmatamento anual da Amazônia ficou abaixo de 10 mil km2 pela primeira vez. O ideal seria zerar a perda de floresta, mas isso exige um processo contínuo de combate ao desmatamento, que parece ter sido retomado.

Entre agosto de 2022 e julho de 2023, foram perdidos 9.001 km2 de florestas, redução de 22,3% ante o período imediatamente anterior.

A taxa rompe o padrão estabelecido no governo do miliciano e de Ricardo Salles, o ministro do Meio Ambiente que posou para fotos ao lado de enormes árvores tombadas por madeireiros irregulares.

A queda do desmatamento da Amazônia representa uma vitória para o presidente Lula, que tinha a pauta ambiental como bandeira na campanha eleitoral.

Mais do que isso, comprova ser possível ter um mínimo de civilidade ambiental a partir de uma fiscalização mais eficiente, dedicação a políticas públicas de preservação e apoio efetivo a comunidades que ajudam na proteção das florestas.

Esse controle do desmatamento se mostra cada vez mais necessário. Até setores que desdenhavam dos efeitos da mudança climática estão dando o braço a torcer por causa do bolso.

Recentemente, as chuvas causaram caos em várias regiões brasileiras. Em São Paulo, o escândalo de cinco dias de luz em diversos bairros.

As ondas de calor impactam os mais diversos setores produtivos, que estão tendo de gastar muito dinheiro com contingenciamentos.

Da alteração do rendimento de motores de avião ao uso intensivo de ar-condicionado nos locais de trabalho, a mudança climática tem sido severa no aumento de custos e até na redução da produtividade, além de desnortear o planejamento de setores inteiros pela bagunça causada nas sazonalidades. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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