//FERNANDO PESCIOTTA// Consumo recorde ameaça tarifa de energia



Pelo segundo dia consecutivo, o Brasil teve recorde de consumo de energia elétrica na terça-feira, com 101.437 MW, ante 100.955 MW na véspera e 80.879 MW no mesmo dia do ano passado.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), descarta riscos de abastecimento. Os reservatórios das hidrelétricas estão em níveis confortáveis, graças às chuvas que continuam caindo. Além disso, a geração de energia solar e eólica avançou nos últimos anos e hoje responde por 20% do abastecimento do sistema.

Mas os efeitos das mudanças climáticas acendem um sinal de alerta para o setor e para a sociedade como um todo. A começar pelo custo. Tudo indica que são grandes as chances de elevação da tarifa de energia.

Analistas ouvidos pela imprensa reconhecem que o acionamento de termelétricas nestes dias de extremo calor deve se repetir no verão, devido ao efeito do El Niño, e deixar a conta de luz até três vezes mais cara.

A inflação, que tem estado mais bem comportada do que previam analistas, pode ser impactada pelo preço da energia e de alimentos, que começam a ser afetados. Produtos como frutas e verduras não sobrevivem ao calor de até 50ºC na boleia do caminhão, alegam produtores e distribuidores.

Diante da mazela trazida pelo desequilíbrio ambiental, em vez de avançar na preservação, tem gente estúpida o suficiente para acelerar processos de degradação.

Enquanto o Sul se entope de chuvas atípicas, a Amazônia tem seca histórica e o Sudeste é torrado, o Pantanal continua sendo incendiado. Não por acaso, Cuiabá registrou nesta semana a maior temperatura do País, com 41,8ºC (foto), e uma chuva de cinzas sobre a cidade.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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