//NOTAS SERRANAS// Pandemia prejudicou alfabetização das crianças na cidade

  


Alfabetização atrasada

Serra Negra não superou o impacto da pandemia na alfabetização dos alunos da pré-escola (cinco anos) ao 2º ano do Ensino Fundamental I, período considerado ideal pelos educadores para o desenvolvimento da leitura e escrita. Em 2018, a cidade ficou em 5º lugar no Estado e 18º no país no Índice de Oportunidades da Educação Brasileira, o IOEB (https://ioeb.org.br/ioeb/), que mede o acesso dos alunos à escola, mas não conseguiu atingir todas as metas para 2021 do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que avalia a aprendizagem dos estudantes do 5º e 9º ano e 3º do Ensino Médio.

Aprendizagem defasada

O atraso na alfabetização dos alunos da pré-escola ao 2º ano do Ensino Fundamental I ou a sua deficiência são o principal fator para o baixo desempenho escolar dos estudantes nos anos seguintes do Ensino Fundamental I e II e no Ensino Médio. Isso é o que revela o desempenho dos alunos serranos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) que ficou abaixo do projetado para 2021. O pior resultado foi o dos anos finais do Ensino Fundamental II.

Tirando o atraso

Para recuperar a defasagem na alfabetização, a prefeitura de Serra Negra aderiu ao Programa Alfabetização Responsável (PAR) do Serviço Social da Indústria (Sesi), que capacita professores a alfabetizar os alunos até o 2º ano do Ensino Fundamental. A iniciativa oferece formação aos professores e gestores da educação infantil de alunos com idade entre quatro e cinco anos e do 1º e 2º anos do Ensino Fundamental I. O treinamento, sem custos para os cofres municipais, terá carga de 30 horas, das quais 16 horas presenciais e 14 horas online.

Sesi para crianças

Ao contrário do que informou o vereador César Augusto Borboni, o Ney, durante a sessão da Câmara Municipal de segunda-feira, 23 de outubro, o programa oferecido pelo Sesi não tem como objetivo capacitar os professores para uma disciplina que visa disseminar entre os alunos pequenos a ideia de profissionalização e preparação para o mercado de trabalho. Essa informação pelo menos não consta na divulgação do assunto nas redes sociais da prefeitura. Boa notícia, já que o objetivo da educação é formar cidadãos.

Profissionalização na infância

O vereador Roberto de Almeida lamentou o desinteresse dos jovens serranos pela capacitação profissional em áreas que oferecem mais vagas de emprego no município. Ele considera importante que as pré-escolas do município estimulem a ideia de profissionalização entre as crianças a partir de cinco anos para que despertem o interesse desde cedo por profissões como garçom, chefe de cozinha e manutenção de ar-condicionado e de energia solar, na sua opinião, promissoras na cidade. O vereador Renato Giachetto endossou a ideia e sugeriu até que Serra Negra se transforme em um centro de capacitação, atraindo alunos de outros municípios para formar mão-de-obra para a região. 

Disputa interna

De olho nas eleições municipais de 2024, vereadores da situação estariam travando uma batalha para conquistar espaço no grupo político e a preferência do prefeito Elmir Chedid na composição da chapa. O embate explicaria a rasgação de seda e elogios à administração municipal e em especial ao prefeito e à primeira dama Débora Chedid durante as sessões da Câmara. A disputa se daria em especial entre os vereadores César Augusto Borboni, o Ney, o líder do prefeito, Beraldo Cattini, e o presidente da Casa, Wagner Del Buono, o Waguinho do hospital, que se encontra de licença por 15 dias e deve retornar ao Legislativo na próxima segunda-feira.

Prestação de contas

A Câmara Municipal recebeu finalmente esta semana do secretário-executivo do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Circuito das Águas (Conisca), João Henrique Pinto de Oliveira, os documentos com informações sobre os pagamentos feitos aos dentistas e clínicas credenciadas pelo Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), que demitiu os profissionais contratados e terceirizou os serviços. Os vereadores devem avaliar os documentos para decidir se dão ou não sequência à abertura à uma Comissão Especial de Investigação (CEI) para apurar o processo de terceirização dos serviços de saúde médico e bucal do Conisca.

Serviço interrompido

O Viva! Serra Negra continua recebendo reclamação de pacientes que teriam tido seus tratamentos odontológicos suspensos. “O meu agendamento foi cancelado há dois meses e ainda não foi remarcado”, afirmou uma moradora de Serra Negra. Uma denúncia sobre as demissões dos dentistas e a terceirização do CEO já foi encaminhada à Promotoria de Justiça de Serra Negra, que está analisando o caso. A prefeitura de Serra Negra ainda não divulgou os nomes de clínicas e dentistas credenciados no município.

Lago do Caruso

A movimentação de caminhões da prefeitura nas ruas próximas ao Lago do Caruso preocupa moradores do Campo do Sete, bairro castigado pelas enchentes em períodos de chuvas anos atrás. O prefeito Elmir Cheddi usou suas redes sociais para tranquilizar a população. Além do desassoreamento do lago, o prefeito explicou que está construindo um “piscinão caipira” com capacidade de 6 milhões de litros de água para reter a água da chuva e escoar de forma gradativa para evitar as enchentes. Chedid garantiu que a obra foi autorizada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

Opiniões divididas

A obra no Caruso divide a opinião de moradores especialistas no assunto e que acompanham atentamente as obras que impactam o meio ambiente na cidade. A ativista ambiental Iza Bordotti de Carvalho avalia que o Lago do Caruso já serve como bacia de contenção de águas da chuva. “O que me preocupa é que se atrás disso vem um tal loteamento no terreno acima desse lago. Houve um comentário de um novo loteamento grudado com o Residencial Serra Negra, cuja entrada seria pela última rua do residencial, que é sem saída e uma rua tranquila”, avaliou. “Pode ser que o objetivo seja conter a água que vem da impermeabilização do solo. Espero estar errada”, concluiu.

Faltam estudos

O engenheiro Marcelo de Souza acredita que a intenção é realmente amortecer as vazões de picos das chuvas do próximo verão. “A topografia serrana é naturalmente favorável ao escoamento superficial rápido e as chuvas intensas precisam ser amortecidas de algum jeito. Piscinões são um modo de amortecer as vazões.” Souza avalia que poderiam ter sido realizados estudos mais detalhados para a construção de  lagos "molhados", ou seja, garantir uma lâmina d'água permanente para se usar como paisagismo e compor uma miniárea verde pública ao redor.

Novo loteamento

A possibilidade de construção de loteamento na área próxima ao Caruso, Souza explicou, está prevista no projeto de renovação do Plano Diretor como Zona Especial Central. “Não vejo argumento para não lotear, afinal, será uma extensão do residencial”, afirmou. O problema, ele aponta, é o impacto no trânsito do centro da cidade. “Primeiro vem o loteamento e depois, quando o tráfego apertar, vão pensar na mobilidade”, salientou.

Propriedade rural

O vereador Roberto de Almeida manifestou preocupação com o georreferenciamento obrigatório no próximo mês das propriedades rurais do município com mais de 25 hectares. Com o cadastramento no Sistema de Gestão Fundiária do Incra, Almeida avalia que mais propriedades deixaram de pertencer a Serra Negra. O vereador demonstrou maior preocupação com as propriedades rurais do Bairro dos Leais, onde está localizada uma propriedade da família de sua esposa.

Imposto insignificante

Almeida lembrou que várias propriedades do Bairro dos Leais já pertencem à Itapira. O vereador disse que está preocupado com a perda de arrecadação do Imposto Territorial Rural (ITR) no município. Dados da Receita Federal, no entanto, revelam a insignificância do ITR na arrecadação. Apenas 0,13% do total arrecadado no país é proveniente desse imposto. A título de comparação, em todo o ano de 2022, todos os terrenos rurais do país pagaram R$ 2,7 bilhões em ITR. Apenas o bairro de Pinheiros em São Paulo arrecadou no mesmo período R$ 2,8 bilhões em IPTU. 

Despedida do pároco

O padre Sidney Wilson Basaglia não é mais o pároco da Paróquia Nossa Senhora do Rosário. Ele foi transferido, segundo nota da prefeitura em rede social, "para uma paróquia na vizinha cidade de Amparo". Em reunião com o prefeito Elmir Chedid, na qual informou sobre sua saída da cidade, padre Sidney pediu autorização para usar a Praça Lourenço Franco de Oliveira e vias do entorno para a Festa da Padroeira.

Mais lixeiras 

O vereador Renato Giachetto está pedindo à prefeitura que instale mais lixeiras, "com menor com menor espaçamento entre uma e outra", no "primeiro trecho da Rua Coronel Pedro Penteado". Segundo ele, por falta de lixeiras "as pessoas estão jogando o lixo pelas calçadas e na rua". Giachetto também solicitou que a prefeitura "estude as possibilidades" de instalar mais lixeiras para coleta de lixo reciclável, "tanto nos bairros e como na área central do nosso município, principalmente em pontos estratégicos, escolas, próprios públicos e locais de grande movimentação".

Caixas de som

O mesmo Renato Giachetto fez outro pedido à prefeitura, novamente preocupado com o que se passa na Rua Coronel Pedro Penteado. Ele solicita, "em caráter de urgência", que sejam instaladas caixas de som ou sistema de som "para veiculação de músicas, inclusive com músicas natalinas", no trecho da Pedro Penteado que vai "da Casa Godoy (Zebra) até o cruzamento com a Rua dos Italianos e Adelina H. de Quency". Ele diz que os comerciantes e a população em geral estão reclamando que o sistema de som só foi instalado em parte daquela rua, "de modo que este atrativo deve ser disponibilizado de forma igualitária a todos na referida rua".

História valorizada

Projeto de Lei da vereador Anna Beatriz Scachetti, que ainda não foi votado, cria o projeto “Redescobrindo a História e o Patrimônio Histórico do Município de Serra Negra”, que visa "incentivar a preservação patrimonial e sociocultural" da cidade em suas escolas. Segundo o projeto, caberá à Secretaria Municipal de Educação e Cultura, em parceria com o Conselho de Defesa do Patrimônio Arquitetônico Cultural de Serra Negra e Organizações Não Governamentais de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural, a realização e a coordenação do projeto. Entre seus objetivos, o projeto deverá elaborar "ações capazes de conscientizar os estudantes acerca da importância da preservação do patrimônio histórico natural, material, imaterial e cultural" da cidade.




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