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O agronegócio brasileiro ganhou popularidade nos últimos anos devido à sua capacidade de expansão e por sua contribuição para o PIB. Mas o agro, no fundo, é um embuste.
O que o setor tem de positivo não é exatamente por mérito próprio. Seu desenvolvimento tecnológico se deve, essencialmente, à competência da Embrapa, talvez a empresa brasileira de maior credibilidade em todo o mundo. É a principal referência do Brasil na África.
A capacidade de investimento do agro vem de recursos públicos. Todos os anos o governo abre generoso espaço orçamentário para patrocinar o Plano Safra, com recursos subsidiados, pagos pelo contribuinte, portanto.
Os juros cobrados do setor pelo Banco do Brasil são coisa de pai para filho. O BNDES tem há décadas uma linha de crédito específica para a compra de maquinário. Um conjunto de benesses que torna o agro um setor absolutamente privilegiado.
Agora, essa gente historicamente arcaica, latifundiária, privilegiada econômica e politicamente, vai ficar de fora do mercado de carbono, conforme aprovado pelo Senado nesta quarta-feira (4).
Justamente o setor que mais emite gases de efeito estufa, algo em torno de 75% do total, fica liberado para continuar poluindo sem nenhuma compensação por isso.
Como se não bastasse invadir e derrubar florestas para abrir pastos, essa gente atrasada continuará contribuindo para a destruição do planeta sem pagar nada. Ao contrário, ganhando muito dinheiro para acabar com vidas.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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