//FERNANDO PESCIOTTA// Narcomilícia no Exército



A Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou oito das 21 metralhadoras de alto calibre, capazes de derrubar helicópteros, roubadas do Arsenal de Guerra do Exército em Barueri. As armas estavam na Gardênia Azul, área de atuação da milícia em parceria com o Comando Vermelho. Do nada, um carro parado na rua “guardava” as armas.

O roubo de 21 armas pesadas de um quartel do Exército, revelado 33 dias depois, é um grande escândalo que só reforça a compreensão de incompetência dos militares (E faz rememorar a grande quantidade de cocaína encontrada com um piloto-militar em avião do chefe da milícia que ocupava a Presidência da República). 

Tudo que envolve esse caso é sombrio, uma tradição do Exército, que se vê acima da lei e dispensa a transparência inerente ao serviço público.

As evidências são de envolvimento de fardados com o crime mais do que organizado. As desconfianças são de que milicianos e facções criminosas agem livremente na Força, assim como controlam alguns juízes e desembargadores e tiveram representantes idolatrados no Planalto.

O Exército não fez boletim de ocorrência do roubo, alega ter identificado três responsáveis, mas não os apresenta, evita que a Polícia Federal se envolva e não explica por que só reconheceu o desvio das armas após ser acionado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, que flagrou nas redes sociais uma foto das armas sendo oferecidas em regiões controladas pelos narcomilicianos.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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