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Internamente, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem feito gestos em direção ao governo e ao presidente Lula.
Além de conduzir votações em favor da queda dos juros no Comitê de Política Econômica, fez declarações elogiosas à gestão do Ministério da Fazenda, sobrepondo-se aos poréns de todas as declarações.
À primeira vista, parecia que o neto de Bob Field atendia ao apelo do ministro Fernando Haddad em prol da harmonia entre as políticas monetária e fiscal. Para o País prosperar, é necessário ter uma taxa de juros menos insana e um equilíbrio fiscal que transmita segurança.
Pois no exterior, Campos Neto age como Campos Neto. Nesta terça-feira (10), falando em evento global realizado em Marrakesh, ele voltou a colocar dúvidas sobre a queda da inflação, vital para sustentar o recuo mais vigoroso dos juros obscenos.
Falando a uma plateia de executivos financeiros de todo o mundo, onde se sente mais em casa, disse que o cenário internacional é desafiador para os emergentes e que não vê sinais positivos nos preços.
Desencadeou um discurso pessimista e, tendo a cotação do petróleo como base, questionou de onde virá a desinflação.
Bobagem, pois a primeira reação de qualquer operador global em momentos de crise, como esse a partir de Israel, é proteger o capital para logo depois se reacomodar quando perceber que o bicho não é tão feio. A alta do petróleo é irrisória, e um presidente de BC deveria saber disso.
Ou Campos Neto se deixa levar pela emoção, ou tem dupla personalidade. Seja como for, reforça que não é confiável.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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