//FERNANDO PESCIOTTA// Inteligência policial no lugar na PM



O ministro da Justiça, Flávio Dino, anuncia investimento de R$ 900 milhões até 2026 em ações de combate ao crime organizado. O plano, a ser detalhado nos próximos 60 dias, visa maior integração das atividades de inteligência das polícias de todo o País.

Segundo a imprensa, o plano foi acelerado diante da matança desenfreada das polícias militares, principalmente de São Paulo e da Bahia, nas últimas semanas.

A iniciativa do ministro pode ser um bom começo. Ao buscar a integração dos sistemas de inteligência, pode avançar na prevenção de ações criminosas. Afinal, não se tem a ilusão de que colocar soldados aos milhares nas ruas vai se combater o crime.

Porém, será necessário aprofundar uma discussão que parte da sociedade e da classe política evita, que é sobre o papel das polícias militares. Elas há muito tempo ganharam autonomia, desde a ditadura militar, a quem convinha ter soldados matando gente.

De modo geral, com raras exceções, soldados graúdos das PMs ignoram seus comandantes, que são os governadores. E os governadores fazem de conta que os comandam. Só com o fim dessa “autonomia” o País será capaz de ter políticas de segurança pública mais adequadas.

A PM desenfreada não serve para muita coisa, e talvez dar mais agilidade à inteligência policial, com não é exatamente o perfil dos militares, possa colocar os fardados no seu devido lugar.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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