//FERNANDO PESCIOTTA// Exemplo a não ser seguido



O conflito aberto no fim de semana em Israel atrai críticas do mundo diplomático ao “terrorismo” do Hamas. Analistas internacionais, porém, consideram que há algo mais profundo a ser considerado.

Além de uma absurda falha no sistema de inteligência de Israel, do qual o país sempre se orgulhou, os ataques partidos da minúscula, fragilizada e empobrecida Faixa de Gaza são vistos também como resultado de uma política de absoluta opressão adotada pelo governo de Benjamin Netanyahu, que está no poder desde o começo da década, com hiato de um ano.

Trata-se do maior e mais mortal ataque contra o Estado judeu, criado em 1948, e ironicamente partido de um território do qual ninguém imaginava. Para alguns, é o 11 de setembro de Israel.

A reação israelense promete ser brutal, com apoio das maiores potências globais, mas o conflito não deixa de expor ao mundo a necessidade de se buscar efetiva solução para os palestinos.

Essa possibilidade estava ficando cada vez distante com o governo Netanyahu, que sempre foi de direita, contrário ao diálogo, mas que nos últimos anos pendeu para um extremismo ainda mais radical.

O Hamas deverá pagar a conta, com um provável afastamento do poder em Gaza e a condenação global, classificado de extremista e terrorista, o que não afasta a necessidade de se olhar para as aflições dos palestinos.

Só oprimir nunca foi solução para nada, e no caso de Netanyahu, amigo e exemplo do miliciano que estava no Planalto, fica claro que a extrema-direita no poder só pode resultar em desgraça.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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