//FERNANDO PESCIOTTA// Escândalo de espionagem



As apreensões feitas pela Polícia Federal nas investigações sobre a conduta de servidores da Abin no rastreamento de celulares, com uso de um programa espião, revelam outro esquema clandestino de espionagem, ainda mais nocivo e violento.

Os investigadores encontraram dispositivos usados para invasão em massa de computadores, com acesso a todos os seus dados. O processo é tão sofisticado que as vítimas nem percebem que seu computador foi invadido a partir de acesso físico ou por meio do envio de mensagens do WhatsApp ou e-mails.

A PF também investiga se Hugo Loss, ex-coordenador de fiscalização do Ibama, foi alvo de monitoramento ilegal feito pela mesma Abin. Loss ficou conhecido por sua atuação contra garimpeiros e madeireiros na Amazônia.

O que se confirma é um esquema sofisticado de vigilância do cidadão, principalmente daqueles de oposição ao antigo governo. O Brasil vivia num estado policialesco, que desandaria para um totalitarismo bárbaro caso o miliciano fosse reeleito.

Para piorar, esses crimes cometidos por autoridades militares só foram possíveis graças ao uso de sofisticada tecnologia importada de Israel envolta em enorme suspeita de corrupção. Todas as compras envolveram a empresa do filho do general Santos Cruz.

Depreende-se que para aquela corja de anômalos valia tudo para se manter no poder, que lhes rendia muito dinheiro. É isso, no fundo, o ideal do bando é o dinheiro.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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