//SALETE SILVA// Desenvolvimento sustentável: Serra Negra se destaca, mas há problemas



Serra Negra ficou em 31º lugar no Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR), uma iniciativa do Instituto Cidades Sustentáveis (ICS), no âmbito do Programa Cidades Sustentáveis (PCS), que avalia diversos indicadores de desenvolvimento econômico e social dos 5.570 municípios do país.

O objetivo do estudo é fornecer aos prefeitos informações sobre o potencial do município e suas fragilidades para que possam definir uma estratégia de ação política para o cumprimento da Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O prefeito Elmir Chedid divulgou em suas redes sociais um vídeo comemorando o resultado do indicador. “Fiquei feliz esta semana, Serra Negra é a 31ª entre 5.570 cidades do nosso país com classificação de melhor qualidade de vida e melhor desenvolvimento. Isso é muito importante, de sustentabilidade. Isso se deu pela saúde que Serra Negra tem pela qualidade das águas, do saneamento básico, da infraestrutura, da melhoria do turismo que é muito forte e fator de renda para o nosso município”, afirmou.

Os indicadores são avaliados por meio de cores: verde (muito alto), verde claro (alto), amarelo (médio), laranja (baixo) e vermelho (muito baixo). 

Apesar da comemoração pela posição no ranking tanto do prefeito como de vereadores de sua base de apoio na última sessão da Câmara Municipal, a pesquisa revela também que há desafios importantes a serem vencidos pelo município e que os problemas mais graves estão nos indicadores relacionados à erradicação da pobreza e da fome, além do desenvolvimento da indústria, inovação e das infraestruturas (ver gráfico abaixo).

Serra Negra, indica a pesquisa, precisa criar empregos formais em atividades que demandam tecnologia e conhecimento para elevar a renda per capita, que com base nos indicadores do IBGE, citados pelo documento, é a menor da região do Circuito das Águas Paulista.

O indicador mostrou também o alerta vermelho (muito baixo) no porcentual de pessoas inscritas no Cadastro Único que recebem Bolsa Família e laranja (baixo) no porcentual de famílias inscritas no Cadastro Único para programas sociais e de pessoas abaixo da linha da pobreza no Cadastro Único.

No índice de erradicação da fome, o município tem de enfrentar grandes desafios para incluir produtores da agricultura familiar no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e no incentivo à produção orgânica.

Há um alerta vermelho também em relação à taxa de áreas florestadas naturais, tema que tem de receber atenção especial nas próximas semanas quando o Legislativo estará discutindo o projeto de lei do Executivo que prevê a reformulação do Plano Diretor.

Na área da Educação, em que o município é bem avaliado nos índices referentes a pré-escola e ensino fundamental, faltam informações e dados sobre o Prova Brasil, programa que avalia a qualidade do ensino.

O estudo aponta ainda que faltam no município centros culturais e espaços de cultura e que há muitos desafios para incluir crianças de 4 a 17 anos na escola e erradicar o analfabetismo entre pessoas com mais de 15 anos.

Na área da Saúde, os sinais amarelo e laranja foram acionados para os seguintes indicadores: cobertura vacinal, mortalidade por suicídio, mortalidade prematura por doenças crônicas, população atendida por equipes da família, pré-natal insuficiente, gravidez na adolescência, incidência de tuberculose e até orçamento na saúde, embora o município direcione ao setor mais do que os 15% constitucionais obrigatórios.

Estar entre os municípios melhor classificados é uma boa notícia, mas não são poucos os desafios que Serra Negra tem pela frente para estender o bem-estar a todos os munícipes e para chegar mais perto das metas estabelecidas pela Agenda 2030 da ONU. 

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Salete Silva é jornalista profissional diplomada (ex-Estadão e Gazeta Mercantil) e editora do Viva! Serra Negra

   


Comentários

  1. Estar com poucas pessoas no bolsa família não é boa notícia? Essa não entendi...se tem pouca gente, é pq não precisa.

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