//FERNANDO PESCIOTTA// O estrago da direita argentina no Brasil



O Banco Central da Argentina desvalorizou o peso em 22% e vai travar o câmbio até a definição eleitoral – o primeiro turno será dia 22 de outubro.

A autoridade monetária também elevou a taxa básica de juros em 21 pontos, para inacreditáveis 118% ao ano, a mais alta em 20 anos.

As medidas são necessárias para tentar evitar que a abalada economia argentina desande de vez diante da vitória do extremista Javier Milei nas prévias do domingo.

Candidato sem compromisso com a realidade, Milei prega a dolarização da economia, o fechamento do Banco Central, a regulamentação da venda de órgãos e leitura de tarô no gabinete presidencial.

A reação imediata após sua vitória nas prévias, com pouco mais de 30% dos votos, foi uma nova disparada do dólar “blue”, referência no dia a dia no país, com alta de 12%. Como os preços na Argentina são lastreados no câmbio paralelo, teme-se ainda mais pressão sobre a inflação, que já é de 115,6% ao ano.

Analistas indicam uma dura disputa presidencial, com aumento das incertezas e agravamento da situação econômica, trazendo consequências para o Brasil, que tem a Argentina como seu terceiro maior parceiro comercial, atrás da China e EUA. Para lá são embarcados calçados, carros e produtos da linha branca, essencialmente.

A possibilidade de vitória de Milei também acende o alerta político em Brasília, pois a tendência é de retrocesso na integração regional, paralisia no Mercosul e o fim do sonho de acordo com a União Europeia.

A heterodoxia das propostas do extremista levaria a Argentina para um terreno desconhecido e acentuaria riscos para o Brasil.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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Comentários

  1. Os argentinos não estãvendo o que um presidente de extrema direita consegue fazer com um país? É só olhar para nós que estamos colhendo os frutos podres de 4 anos de um presidente de extrema direita.

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