//FERNANDO PESCIOTTA// Momento propício



Logo após a eleição presidencial de 2022, enquanto golpistas paralisavam rodovias, sob aplausos do então governo, outros tentavam implodir torres de transmissão de energia Brasil afora. Alguns foram bem-sucedidos, mas o sistema elétrico não sofreu nenhuma paralisia.

Essa é a origem da suspeição do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para quem o apagão desta terça-feira (15) pode ter origem criminosa. “Não descarto dolo”, disse.

As desconfianças do ministro podem até não se confirmar na conclusão da investigação do Operador Nacional do Sistema, responsável pela gestão energética brasileira, mas para além do histórico criminoso, elas se sustentam também pelas coincidências e métodos dos milicianos.

Nunca o chefe da quadrilha esteve tão na lama como agora. Vários de seus ex-auxiliares mais próximos e mais íntimos estão presos. Sua mulher está com marca de roubo de joias nas mãos e foi intimada a depor. Suas contas bancárias serão escancaradas e logo saberemos se os R$ 17 milhões são fruto de doação ou de lavagem de dinheiro. Seis de seus ex-auxiliares, gente da cozinha do palácio, que tinha salário de poucos mil, movimentaram R$ 12 milhões em um ano. Há algo de muito podre no reino do bolsonarismo.

Juristas avaliam que já há provas expressivas dos crimes do chefe da quadrilha no caso das joias, o de maior apelo popular.

O momento, portanto, será mais do que propício para outra ação terrorista, de forma a paralisar o País, causar o caos e desviar a atenção.

Tomara o ministro Silveira esteja errado em suas desconfianças, que o apagão tenha sido fruto de mera falha técnica, pois a confirmação de ato doloso faria o governo dobrar os esforços para que uma instabilidade não tornasse suas entregas ainda mais difíceis.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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