//FERNANDO PESCIOTTA// Polêmica no IBGE e a candidata Tebet



A indicação do economista Márcio Pochmann (foto) para o comando do IBGE virou polêmica e assunto prioritário da mídia. Alguns veículos deram ao tema um viés de crise política, subiram o tom e vislumbraram a possibilidade de desgastar a imagem do governo petista.

Um jornal que um dia foi grande e disputou a liderança do mercado nacional, mas hoje não passa de pasquim ideológico da extrema-direita, chegou a dizer que a mudança no IBGE integra um projeto de ambição estatizante do PT que inclui a indicação do presidente da Vale, uma empresa 100% privada.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, a quem caberia a escolha do presidente do IBGE, minimizou o caso. Ela foi avisada na semana passada pelo Planalto que Lula queria Pochmann no IBGE. Ela, de fato, porém, não sabia que a oficialização seria feita de forma a parecer que ela foi ignorada.

Houve mais um erro de comunicação do governo, e uma descortesia.

Daí a projetar uma crise política é uma grande distância. Para isso valeu colocar na conta de Pochmann até críticas ao Pix e um suposto “aparelhamento” do Ipea, que ele presidiu entre 2007 e 2011, negado pelos funcionários do órgão. Valeu também dizer que Pochmann chega ao IBGE para “manipular” dados, hipótese considerada impossível por técnicos do instituto.

Acadêmicos das mais diferentes tendências políticas saíram em defesa do currículo de Pochmann, que é professor da Unicamp.

Para além da vontade de criar tragédias no governo do PT, o caso mostra que Tebet é a queridinha de veículos como a Globo. O caso evidencia que a ministra do Planejamento é a candidata centrista dos donos do dinheiro para 2026.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

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