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O IPCA caiu 0,08% em junho, numa reviravolta em relação à alta de 0,23% em maio. Trata-se da menor variação para o mês desde 2017. E com essa deflação, o acumulado em 12 meses cai para 3,16%, o menor desde 2020.
O mais importante é que o IPCA confirma uma tendência de consistente queda da inflação, ratificando a segurança de quem defende o fim do ciclo de aperto monetário, ou seja, do afrouxamento dos juros que estão sufocando empresas e consumidores.
Para conservadores travestidos de liberais, de olho nos interesses dos abastados que vivem da remuneração dos juros altos, o IPCA “esconde” preocupações, pois ainda haveria pressão do setor de serviços. Nesse segmento, os preços subiram 6,2%.
Eles se referem a itens como plano de saúde, aluguel que não está atrelado ao IGP-M, como é praxe nos grandes centros, e até shows e outras formas de entretenimento.
Por outro lado, a deflação de junho é resultado da queda de 0,66% dos preços de alimentos e bebidas e de 0,41% dos transportes. Portanto, os preços que mais caem são aqueles que mais impactam o orçamento das famílias de baixa renda.
O IPCA não pode mais servir de argumento para a manutenção dos juros altos. Segundo estudo da Fipe, grandes companhias não faturam o suficiente para pagar empréstimos tomados para o fluxo de caixa.
Como disse o presidente Lula, o chefe do Banco Central é teimoso e tinhoso, mas vai ceder e os juros vão começar a cair em agosto.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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