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Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira são três executivos brasileiros que ingressaram para a lista de homens mais ricos do mundo fazendo cerveja ruim e muita picaretagem.
Eram donos da Brahma e começaram a ampliar sua fortuna com a compra da Antarctica, numa parada nunca muito bem explicada. Logo depois, passaram a dominar o mundo cervejeiro ao se “associarem” à belga InBev.
Hoje, só nesse ramo eles dominam pelo menos 65% do mercado global, impondo produtos geralmente pasteurizados, não só literalmente. Na maioria dos casos, pioraram a cerveja de marcas tradicionais que compraram à base da imposição.
O trio macabro está por trás também da crise da Americanas, que faz grande estrago no mercado de crédito no Brasil, arrastando o setor de varejo para uma crise ainda maior do que a imposta pelos juros altos de Paulo Guedes/Roberto Campos Neto.
Agora o jornal Folha de S. Paulo revela que o trio é um dos grandes beneficiados da privatização malfeita da Eletrobras. Com apenas 0,05% das ações ordinárias e 1,3% do capital total, uma tal de 3G Radar conseguiu nomear três dos nove conselheiros da companhia e, pior, obter direito a dividendos equivalentes a 10,88% do total pago aos acionistas. Suas manobras possibilitaram também indicar o presidente da empresa e deter praticamente todo o controle da gestão.
A 3G Radar está registrada em nome de dois executivos que fizeram carreira nos bancos UBS e Pactual, da mesma corriola que opera o mercado há décadas. O outro acionista da 3G Radar é a 3G Capital Partners, cujos donos são Lemann, Sicupira e Telles.
Tudo indica que os dois outros acionistas são testas-de-ferro, estão ali apenas como operadores. Tudo indica, ainda, que a privatização da Eletrobras, criticada e contestada na Justiça pelo governo Lula, foi armada para essa gangue ampliar o poder econômico. Resta saber quanto pagaram para isso. Para quem já dá para imaginar.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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