//FERNANDO PESCIOTTA// Até onde vai a resistência



Embora os analistas do mercado financeiro não esperem surpresas no conservadorismo do Banco Central, crescem as pressões para que o Copom sinalize na quarta-feira (21), no encerramento da reunião desta semana, ao menos uma tendência de queda dos juros a partir de agosto.

Economistas de bancos ratificam sinais positivos, substanciando o tom que tem predominado no mercado financeiro. Eles reduzem a cada semana um pouco mais a expectativa de inflação deste ano, com alta da projeção de crescimento do PIB.

O que esses especialistas que não têm nenhuma boa vontade com o governo estão querendo dizer é que a economia está crescendo sem comprometer o controle inflacionário. Só não explicitam, por uma questão política, que isso se deve à maior confiança na gestão da economia pelo ministro Fernando Haddad.

Quanto menor a taxa básica de juros, menos interessante fica investir em fundos atrelados a essa taxa. Outros produtos financeiros, como as ações, tornam-se mais atraentes, inclusive porque o crescimento da economia eleva o faturamento das empresas, melhorando a remuneração aos acionistas.

Essa é a principal razão do avanço recente da Bolsa de Valores, que alcança os melhores indicadores dos últimos meses. O ambiente mais otimista também faz cair o dólar, que nesta segunda-feira (19) alcançou a menor cotação em pouco mais de 13 meses, negociado a R$ 4,77.

Na mesma segunda-feira, à noite, em evento promovido pelo jornal Valor Econômico, os principais empresários brasileiros manifestaram desejo de juros menores. E embora tenham dito ser imperativo a redução do custo do capital, estão dispostos a manter os projetos de investimento. Salientaram a atratividade brasileira por projetos de sustentabilidade.

Só falta o BC fazer a parte dele.

--------------------------------

Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com

c

Comentários