VW, Porsche, Oetker, Allianz, BMW e o nazismo



O final de janeiro marcou os 90 anos da ascensão de Hitler ao poder na Alemanha, após uma manobra política e do apoio milionário de empresários como Günther Quandt, Friederich Flinck, August von Finck, Ferdinand Porsche e Richard Kaselowsky, entre outros.

Parece uma coisa muito distante, mas as trevas abertas no dia 30 de janeiro de 1933 ainda nos afetam, o que amplia a importância de recorrentes alertas contra o nazismo que nos espreita.

Os empresários que sustentaram financeiramente a campanha do Partido Nacional Socialista viriam a se tornar milionários donos de impérios construídos graças ao apoio do Estado, com o roubo de empresas de judeus e com a utilização de mão de obra escrava oriunda dos campos de concentração e extermínio.

A origem de marcas “funestas” como Porsche, Volkswagen, BMW, Oetker, Daimler-Benz e Allianz, que dá nome aos estádios do Bayern de Munique e do Palmeiras, entre outros, é contada em “Bilionários Nazistas – A tenebrosa história das dinastias mais ricas da Alemanha”, livro de estreia do jornalista holandês David de Jong.

Repórter da agência Bloomberg em Nova York, Jong foi escalado para cobrir a economia da Alemanha, e seu faro investigativo o levou a essa revelação de detalhes de como as grandes marcas se lambuzaram com o nazismo. São responsáveis por milhares de mortes no 3º Reich, atesta.

Assustador mesmo são as semelhanças entre os métodos nazistas e o comportamento daqueles empresários com o que assistimos no Brasil a partir de 2019. O ocorrido em torno da Agrishow – festa de terror em Ribeirão Preto para o miliciano e Tarcísio de Freitas – nos últimos dias é só mais uma prova disso.

O que o agronegócio brasileiro propõe, a forma como agem seus integrantes, assim como foi a atuação recente de donos de empresas como Havan, Riachuelo, SmartFit e Habbib’s, entre tantas outras, é espelho da Alemanha nazista.

Da mesma forma que o Holocausto, é preciso relembrar os fatos cotidianamente, para que eles não virem pura imaginação e corram o risco de se repetirem. É preciso ficar alerta com essa gente que além de desconvidar ministro de Estado por causa do miliciano é capaz de patrocinar tentativas de golpe como foi no 8 de Janeiro.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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