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É preciso estar muito alerta e vigilante ao acompanhar o noticiário da chamada “grande” imprensa, sob pena de engolir sapos e “análises” enviesadas.
O ministro Fernando Haddad confirmou que o secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo (foto), é o indicado para ser diretor de Política Monetária do Banco Central – seu nome será avaliado pelo Senado.
Galípolo, que é do mercado financeiro e já foi presidente do Banco Fator, é agora apresentado pela mídia como “braço direito” de Haddad. Isso não é gratuito. A definição visa sublinhar que a indicação pode ter motivação política.
Alguns veículos são mais descarados ao explicitar que “para o mercado” Galípolo pode ser o sinal de politização na definição da taxa de juros. Embora isso signifique desmerecer o currículo do profissional, é um escárnio ao desconsiderar que a atual direção do BC age politicamente.
O combate à inflação está ficando muito caro no Brasil. Diante da perda de renda, do ainda alto desemprego e elevação do calote, insiste-se na desaceleração da economia, perdendo-se de vista as diversas variáveis econômicas e consequências sociais.
Diante disso, empresários, gestores, políticos de todas as cores e até banqueiros se queixam dos juros, mas para setores da mídia apenas uma gestão petista seria capaz de politizar a questão monetária.
Como outra ilustração das bizarrices provadas pelos juros altos, o lucro do Itaú no primeiro trimestre (R$ 8,435 bilhões!) é maior do que a soma do lucro do Bradesco (R$ 4,280 bilhões) e do Santander (R$ 2,140 bilhões).
A explicação para esse fenômeno inédito é que Bradesco e Santander têm mais clientes de renda menor e sofrem mais calotes por causa dos juros altos, que afetam mais essa parcela da população. Mas isso é politizar a política monetária.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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