//FERNANDO PESCIOTTA// Fechando o cerco



Os últimos dias têm sido pródigos em notícias ruins para o miliciano, sua família e todo o seu entorno, incluindo fardados e ex-fardados, o que é muito bom para o País.

O chefe da quadrilha passou o final de semana com advogados, treinando para depor nesta terça-feira na Polícia Federal. É o segundo depoimento em dez dias, fato inédito na história republicana relativamente a um ex-ocupante do Palácio do Planalto.

Desta vez, terá de dar explicações sobre a fraude nos cartões de vacinação. Por sinal, há indícios de que um secretário municipal de Duque de Caxias, cidade administrada pela milícia, roubou a senha de uma servidora para apagar o registro de vacina contra covid-19 do genocida. Sim, ele queria que todos morrêssemos, mas teria tomado a vacina escondido.

Além disso, a PF considera que o então ajudante de ordens do Planalto, tenente-coronel Mauro Cid, que está preso, usou verba pública “de maneira ilegal”, com saques em espécie e depósitos em dinheiro vivo “de maneira fracionada”.

Os recursos serviram para pagar despesas de Michelle Bolsonaro e familiares. Micheque simplesmente mandava mensagens do tipo “Cid, paga o plano de saúde do meu irmão”. Ou “Cid, paga aquele cara para mim”. E parte desse dinheiro vinha de uma empresa fornecedora da estatal Codevasf, pródiga em escândalos no governo anterior.

O que a PF vai evidenciando é que a quadrilha levou para o Planalto o mesmo esquema criminoso usado por décadas na vida legislativa. E a conclusão é de que para ladrão profissional a inelegibilidade é pouco.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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