//FERNANDO PESCIOTTA// Banco paga por tráfico de mulheres



Consta que de cada dez cidadãos, 11 odeiam bancos e banqueiros, vistos como agiotas e um bando de gente inútil que ganha muito dinheiro sem fazer nada. Seriam exploradores do trabalho alheio.

Alguns historiadores chegam a apontar o acúmulo financeiro em mãos de banqueiros judeus como uma das motivações do holocausto.

Dizem, inclusive, que a Lava Jato teve origem na deduragem feita por um grande banco privado, que desconfiou da movimentação financeira de um grupo de empresários e políticos.

De acordo com a lei, os bancos brasileiros são obrigados a comunicar o Carf sempre que houver operações financeiras que fujam do padrão ou que possam ser vistas como suspeitas. Mas e o PCC, por exemplo?

Um bom exemplo de como enquadrar os bancos acaba de chegar da Alemanha. O Deutsche Bank concordou em pagar US$ 75 milhões, cerca de R$ 375 milhões, para encerrar um processo judicial no qual é acusado de ser beneficiado com o esquema de tráfico sexual do milionário americano Jeffrey Epstein.

A história veio a público por meio do The Wall Street Journal e foi confirmada pela agência Deutsche Welle a partir da ratificação do acordo numa corte alemã.

A ação foi movida em novembro de 2022 por um grupo de mulheres que dizem ter sido abusadas por Epstein.

Segundo essas mulheres, o Deutsche Bank estava ciente de que o americano usava suas contas bancárias para promover a atividade de tráfico sexual e mesmo assim continuou a fazer negócios com ele, o que facilitou a série de abusos.

Se cada banco brasileiro tiver de pagar indenizações milionárias por darem guarida à movimentação financeira de exploradores sexuais e outros criminosos, irão todos à falência.

----------------------------------------

Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


Comentários