//FERNANDO PESCIOTTA// A polêmica das compras na internet



Os populares e-commerces asiáticos, como Shein e Shopee, serão alvo de medidas mais duras de fiscalização do Ministério da Fazenda. Acabar com o contrabando e taxar essas operações é parte da entrega que o governo prometeu no arcabouço fiscal.

A primeira iniciativa foi impor a obrigatoriedade de as transportadoras que trazem os produtos importados para o País encaminharem com antecedência 37 informações sobre a remessa das mercadorias e sobre o comprador. A regra entra em vigor em julho.

Outra medida é acabar com a isenção fiscal na transferência para o País de mercadorias por pessoas físicas. O entendimento do governo, correto, é de que esse artifício não passa de burla para sonegar impostos.

O assunto, porém, virou confusão nas redes sociais a partir de comentário da primeira-dama, Janja da Silva, em post que acusava o governo de onerar o consumidor.

Ela respondeu que a conta será paga pelas empresas, não pelo comprador, o que motivou a oposição a partir para o ataque, alegando que todas as empresas do mundo repassam custos para o consumidor.

O episódio escancarou a deficiência da comunicação do governo, especialmente nas redes sociais, onde a compra de produtos chineses de baixo custo tem forte apelo popular.

É preciso ter estratégias para esse tipo de iniciativa. Um exemplo de melhor desempenho do governo é o enfrentamento das redes sociais sobre os ataques às escolas.

Portaria do ministro da Justiça, Flávio Dino, impõe multa a plataformas que não coibirem a apologia dos ataques. Em caso de desobediência, a plataforma pode até ser tirada do ar. Nesse assunto, predomina o apoio ao governo, que domina a narrativa. 

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com


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