//FERNANDO PESCIOTTA// O que significa a queda do ministro



Um vídeo vazado à CNN Brasil mostra vândalos golpistas recebendo água de militares no interior do Palácio do Planalto no 8 de Janeiro. Registra, ainda, que os terroristas cumprimentavam agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Até aí, nenhuma novidade. Todo mundo sabe que os militares agiram na tentativa de golpe, tomaram a linha de frente no desrespeito à Constituição, na baderna e no vandalismo.

O problema é que as imagens mostram também a presença do general Gonçalves Dias, amigo pessoal do presidente Lula e ministro-chefe do GSI. A revelação se transformou em crise política no governo e levou à demissão de Dias.

O general agora terá de dar explicações à Polícia Federal, mas deixa um rastro de problemas para o governo. Lidar com aquela situação era inusitado para os petistas, que até hoje sofrem com a ocupação de milicianos e militares em cargos no governo, agindo como infiltrados.

Esse tipo de situação reforça a importância de se buscar o equilíbrio político por meio da economia. Apenas com maior otimismo da população com sua renda e seu emprego o governo Lula conseguirá alguma paz.

Daí a relevância do apoio às medidas que o ministro Fernando Haddad está lançando. Daí a esperança de comportamento de bom-senso de líderes partidários no apoio a Haddad.

Os dias são outros. A maré mansa da política de 2003, com disputadas partidárias civilizadas, ficou no passado. Sem a aprovação de medidas que reforcem a esperança de dias melhores o governo Lula corre o risco de conviver eternamente com a ameaça institucional.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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