//FERNANDO PESCIOTTA// Dois mundos



A Suprema Corte do País aprovou a indicação dos primeiros cem acusados pelos atos golpistas de 8 de janeiro à condição de réus.

Vão responder por associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça com emprego de substância inflamável contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo à vítima e por deterioração de patrimônio tombado.

Poucas horas depois, o ministro Alexandre de Moraes deu seu voto de relator sobre a denúncia contra outros 200 acusados e também aprovou sua transformação em réus.

Com as decisões do STF, o Judiciário está dizendo ao País que as investigações foram efetivas, os acusados foram identificados, presos, denunciados, viraram réus e, tudo indica, serão condenados pelos crimes capitaneados pelo miliciano.

Ao mesmo tempo, o Congresso anuncia a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Investigação do caso. Aos olhos do cidadão comum, é o mesmo que dizer que o trabalho da polícia e do STF foi inútil.

O que suas senhorias pretendem investigar se os acusados foram identificados, ouvidos, denunciados e caminham para a condenação?

É a tal briga pela narrativa e uma violenta tentativa de desgastar o governo, desviar a atenção, forçar liberação de verbas e gastar energia que deveria estar sendo usada em propostas urgentes que estão no Congresso.

A contradição dessa CPMI explicita o papel pequeno que um parlamento liderado por Arthur Lira e Rodrigo Pacheco consegue cumprir. Em nome de emendas e uma política velha e velhaca, dão uma banana para as reais necessidades do povo sofrido.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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