//FERNANDO PESCIOTTA// Militares ladrões



O escândalo das joias roubadas se arrasta. Agora, Augusto Nardes, ministro do TCU, proibiu que o genocida use ou venda as joias supostamente enviadas pela Arábia Saudita, num sinal de que os órgãos de fiscalização e controle estão convictos de que os objetos foram roubados.

Em entrevista à CNN, o miliciano chegou a reconhecer que colocou as joias no seu “acervo pessoal”, e que não vê nada de mais nisso. Óbvio, subtração de recursos públicos sempre fez parte de seu cotidiano.

O que mais chama atenção nesse caso da muamba é a quantidade de militares envolvidos. A mula que trouxe as joias para o Brasil era um almirante, que estava acompanhado de um guarda-marinha, que ficou com a missão de passar o contrabando na esteira do aeroporto.

Uma vez caraterizado o contrabando, entra em cena um contra-almirante, o segundo posto na hierarquia da Marinha. Ele vai até a Receita Federal dar uma carteirada para tentar liberar a muamba.

Sem sucesso, então o major que exercia o papel de ajudante de ordens no Palácio do Planalto mandou um sargento da marinha pegar um avião da Aeronáutica e voar até São Paulo para subtrair as joias que estão até hoje no cofre da Receita Federal.

Com todas as iniciativas militares fracassadas, um general resolve premiar os servidores que tentaram ajudar o miliciano na empreitada. Um é indicado para Paris e outro, para Abu Dabi.

Diante da crise instalada, outro general fica responsável por “proteger” Micheque Bolsonaro. É ele quem decide o que e quando a moça deve falar para proteger o miliciano transgressor.

Dá para entender por que, portanto, os militares fizeram tanto esforço golpista. A fartura de assaltos aos cofres públicos, como se vê, não se limitava a viagras, picanhas e cervejas.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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