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Aumento dos juros, alta da inflação e queda do poder de compra compõem um cenário bastante desfavorável aos trabalhadores, especialmente aqueles de baixa renda. A inadimplência explodiu e dois terços das famílias estão com contas atrasadas.
Em São Paulo, agentes de crédito, órgãos de defesa do consumidor e bancos realizam um mutirão para tirar consumidores da lista suja. Há casos de renegociação de dívida com descontos de até 96%.
É nesse cenário de quase hecatombe para os mais pobres que o ministro Fernando Haddad deve apresentar nos próximos dias o Desenrola, programa de renegociação de dívidas voltado exclusivamente a consumidores com renda familiar de até dois salários mínimos, a fatia do mercado mais atingida pela alta dos juros.
Sentados em berço esplêndido, economistas do mercado financeiro enxergam o programa com pouco caso. Consideram que pode trazer “algum alívio”, mas incentivará nova onda de crédito, o que resultará em nova inadimplência, pressão inflacionária e permanência dos juros altos.
O receituário dessa gente continua o mesmo: enquanto o governo não apertar as contas, deixa os pobres morrerem de fome porque do contrário a inflação não cai e a estabilidade não chega.
O problema que nem todos esses caras enxergam é que o mundo vive uma situação complexa e inédita. Tanto assim que mesmo grandes empresas estão com dificuldades no crédito. Tombos gigantescos atingem companhias como a Americanas. Em apenas dois meses, neste ano estão sendo batidos recordes de rebaixamento de rating de empresas.
Se o mundo dos ricos está em crise, imagine o dos pobres. Se o Estado não ajudar os desfavorecidos, ninguém o fará.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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