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De forma cíclica, o mundo vive rupturas e transformações. Depois de meses com revelações de declínio das gigantes da tecnologia, com demissões em massa em companhias como Google, Facebook e outras, chegou-se à conclusão de que a era das startups chegou ao fim.
Uma coisa leva à outra, essa decadência quebrou o SVB, importante bancos dos EUA. Era a ponta do iceberg, reveladora da falta de liquidez no sistema bancário global, revivendo o break de 2008.
Causa e efeito. As startups vinham derrapando porque os investidores, assustados com a inflação e juros em alta e recessão globais tiraram o pé dos investimentos e as deixaram com a brocha na mão.
As decorrências do rodopio das empresas de tecnologia ampliam o fosso no sistema bancário, culminando na perda de US$ 500 bilhões do valor de mercado dos bancos globais em dois dias da semana passada.
Essa conjuntura levou os donos do dinheiro a uma corrida maluca para não deixar os bancos falirem, num efeito cascata que seria catastrófico para o capitalismo global.
Neste domingo (19), o UBS assumiu o controle do Credit Suisse pagando US$ 3,25 bilhões. Dinheiro de pinga que cria um gigante com US$ 5 trilhões em recursos administrados – 48 horas antes, o Credit pegou US$ 50 bilhões emprestados do Swiss National Bank, o BC do país.
O acordo só foi possível, segundo o Financial Times, porque detentores de US$ 17 bilhões em títulos do Credite Suisse terão seus investimentos eliminados. Um calote de alta classe, de fraque e gravata borboleta.
Tamanho desespero e diante de enorme pressão, o Fed, o banco central dos EUA, anunciou, também no domingo, que se uniu aos bancos do Canadá, Inglaterra, Japão, Banco Central Europeu e Banco Nacional Suíço numa ação coordenada para aumentar a liquidez por meio de acordos de swap (troca de fluxo de caixa com valor de referência) com dólares do próprio Fed, ou seja, sustentado pelo tesouro dos EUA.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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