//DIA INTERNACIONAL DA MULHER// Iza, na luta por uma cidade que respeite o meio ambiente

Iza: "Na nossa cidade o nosso desafio é fazer com
que as pessoas respeitem o meio ambiente no todo"

Iza Bordotti de Carvalho é ativista ambiental, pós-graduada em recuperação de áreas degradadas e voluntária do Projeto Observando os Rios, da ONG SOS Mata Atlântica. Nos últimos anos, ela tem apontado os principais problemas da cidade e insistiu com a prefeitura para que não asfaltasse a rua que leva ao Alto da Serra sem aplicar as técnicas necessárias para evitar a erosão do solo no local.  

Iza foi uma das moradoras de Serra Negra escolhidas para ser homenageada no Dia Internacional da Mulher, em solenidade na Casa da Cultura e Cidadania Dalmo Dallari, dia 8 de março, às 20 horas, em evento promovido em conjunto com o portal Viva! Serra NegraAssim como as sete outras homenageadas, ela vem contribuindo para o desenvolvimento econômico e social da cidade.  

Receberão a homenagem, além de Iza, as seguintes cidadãs e trabalhadoras de Serra Negra: Vera Lúcia Godoi de Paula (comerciária), Neusa Aparecida de Paula (enfermeira), Clarice Ramalho Alves (merendeira), Ramona Calouro (agente de saúde), Luciana Silva Ramos (guia de turismo), Isabel da Borda de Lima (agricultora) e Adriana De Biasi Dorigatti (ativista da causa animal).

"Cursando gestão ambiental 
você entende que não pode 
ocupar áreas próximas a ribeirões"

"Terminei a graduação lá pelo ano de 2010. Escolhi ciências porque sempre tive uma preferência por essa área e pela questão ambiental, que veio misturar com a área da biologia. A área das ciências envolve tantas outras, como a química, o social e o meio ambiente, que tem a ver com a reciclagem, separação de lixo e gestão ambiental. O meu foco é recuperação de área. Durante o curso fazíamos com o professor coletas de sementes, plantios, e conhecemos lugares em que foi feita regeneração.

Aquilo foi interessante, porque tinha como cuidar dessa parte promovendo a qualidade da água, que foi o que sempre gostei. Decidi fazer gestão ambiental porque mexia com tudo isso. Morei na beira de rio e até então não entendia as enchentes.

Cursando gestão ambiental você entende que não pode ocupar áreas próximas a ribeirões, porque quando chove o rio quer o espaço dele e ele vai encontrar pela frente obstáculos e ele não tem culpa, vai ocupar a área dele. A gente entende as coisas erradas que ocorreram no passado e que a gente colhe o resultado hoje.

Embora não trabalhe em gestão, cuido de água de piscinas e de certa maneira estou cuidando da parte química da água, e vejo que uma recuperação de área traz benefícios para uma nascente. Isso para mim me deixa feliz. Hoje, por exemplo, vi o Rio Camanducaia cheio, mas barrento, o que falta? A mata ciliar ao redor dela, que é ocupada por chácaras e as pessoas não respeitam, têm plantações.

Aqui na nossa cidade o nosso desafio é fazer com que as pessoas respeitem o meio ambiente no todo, procurem preservar e não degradar, a questão do lixo precisa ser pensada e ter uma cooperativa, precisa ser feito algo nesse sentido, para que o lixo não vá parar no ribeirão ou seja jogado no meio ambiente. 

Aqui também temos o desafio da preservação das áreas verdes, que a gente precisa lutar para que sejam bem cuidadas e não degradadas. O controle das enchentes é importante e evitar essas áreas que vão impactar o centro da cidade e quem estiver abaixo disso. A gente tem de preservar essas áreas prioritárias que impedem a água de ir para a cidade.

O desafio seria conseguir que tudo isso agora se encaixe no Plano Diretor, para que a cidade se desenvolva de forma sustentável não só no papel mas na atuação, preservando e respeitando o meio ambiente. Só assim teremos uma cidade boa para morar, com qualidade de vida."



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