//FERNANDO PESCIOTTA// Para frente e para trás

Marcos Oliveira/Agência Senado



Poucas horas depois de sacramentada a votação na Câmara e no Senado, expondo um cenário favorável para o Brasil finalmente olhar apenas para o futuro, um senador de reputação duvidosa revela mais uma tentativa de golpe tabajara maquinada pelo miliciano.

De acordo com o senador/policial Marcos do Val (foto), o então deputado/policial Daniel Silveira, integrante da milícia carioca, o procurou no começo de dezembro para tratar de uma trama dantesca.

Silveira o levou para falar com o chefe da quadrilha no Palácio da Alvorada, onde lhe apresentaram o “plano”: ele receberia um equipamento de escuta para gravar declarações comprometedoras do ministro Alexandre de Moraes e, assim, o governo poderia aplicar a minuta de golpe encontrada com o ministro da Justiça, Anderson Torres, intervir no TSE e anular a eleição de Lula. Fácil assim.

Marcos do Val, que nunca valeu muita coisa, deixa um monte de pontas desencapadas. Uma questão ainda não respondida é por que ele levou dois meses para trazer o caso a público. E por que o faz em plena madrugada, justamente a poucas horas da prisão de Silveira por determinação de Alexandre de Moraes?

Para alguns jornalistas, a história do golpe mequetrefe de Marcos do Val tem por objetivo expor o presidente do TSE numa situação embaraçosa.

Outros acham que ele quer forçar a criação de uma CPI do Golpe, na qual o foco seria o governo do PT e o 8 de Janeiro. Para ministros do STF, ele é apenas maluco.

Seja como for, o caso é revelador da veia golpista do bolsonarismo. Afinal, a reunião para tramar o golpe não é negada nem pelo filho do miliciano. O que ele diz é que não dá para provar que papai era o responsável pela trama e joga Silveira na fogueira. Normal, o covarde nunca assume o que faz.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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