//DIA INTERNACIONAL DA MULHER// Neusa, uma vida dedicada ao Hospital Santa Rosa de Lima

Neusa: "Minha filha nasceu no hospital e depois tive
o prazer de acompanhar o nascimento do meu neto"


Neusa Aparecida de Paula é funcionária há 41 anos do Hospital Santa Rosa de Lima. Enfermeira do centro cirúrgico e da ortopedia, ela viveu no hospital momentos de muita emoção, como os nascimentos da filha e do neto, e de apreensão e tensão, como os anos de pandemia de covid-19. 

Neusa foi uma das moradoras de Serra Negra escolhidas para ser homenageada no Dia Internacional da Mulher, em solenidade na Casa da Cultura e Cidadania Dalmo Dallari, dia 8, às 20 horas, em evento promovido em conjunto com o portal Viva! Serra Negra.

Neusa, assim como as sete outras homenageadas, trabalhadoras das áreas da educação, saúde, comércio, turismo e agricultura, além de ativistas da área ambiental e de defesa e proteção dos animais, vem contribuindo para o desenvolvimento econômico e social da cidade.  

Receberão a homenagem as seguintes cidadãs e trabalhadoras de Serra Negra:  Vera Lúcia Godoi de Paula (comerciária), Iza Bordotti de Carvalho (ativista ambiental), Neusa Aparecida de Paula (enfermeira), Clarice Ramalho Alves (merendeira), Ramona Calouro (agente de saúde), Luciana Silva Ramos (guia de turismo), Isabel da Borda de Lima (agricultora) e Adriana De Biasi Dorigatti (ativista da causa animal).

A história de Neusa: aos 
15 anos começou no 
hospital, como ajudante de cozinha

"Comecei a trabalhar no hospital dia 13 de junho de 1972. Fiquei fora por uns dez anos e retornei depois. Comecei a trabalhar porque precisava de um emprego e me indicaram o hospital, que estava precisando de funcionário.

Naquela época nem imaginei que minha carreira fosse essa. Eu só tinha 15 anos. Minha primeira função foi como ajudante de cozinha, lavava verduras e panelas da cozinha. Depois fui trabalhar como copeira, na copa e na faxina.

Fui aprendendo a trabalhar na enfermagem. Como não precisava de curso na época, fui ficando, fui aprendendo com os colegas, e só depois fui fazer curso de auxiliar de enfermagem e continuei na enfermagem e como técnica de enfermagem e de gesso.

Os maiores desafios para trabalhar na área da saúde é estar sempre disponível para o trabalho. Como atuo no centro cirúrgico e na ortopedia, sempre tive de assumir o plantão noturno de sobreaviso, o que significa que ficamos em casa e em qualquer urgência ou a qualquer hora somos chamados. Foi sempre assim desde que trabalho na enfermagem. Sempre fui chamada de dia, de noite, de madrugada, tanto na ortopedia como no centro cirúrgico.

Eu sempre levantei e vim toda vez que recebia um chamado. Eu sempre estou alegre e atendo bem os pacientes. Respeito os médicos e desempenho meu papel da melhor forma possível, nunca tive reclamação sobre isso. Tudo o que faço é de bom coração e da paz.

Durante a pandemia aqui em Serra Negra houve muitos casos, muitas internações. Embora o  nosso hospital seja pequeno, na medida do possível foi tudo bem direcionado, tanto pela Secretaria de Saúde, como pela nossa chefe. O hospital montou uma ala só para os pacientes de covid-19.

"Na pandemia, tivemos 
muitos casos graves 
situações muito tristes"

Como eu era do grupo de risco e não tinha tomado ainda a vacina, fiquei no centro cirúrgico e na ortopedia e fiquei meio afastada, mas acompanhando tudo. Houve muitos óbitos e transferências. Foram casos muito graves e coisas muito tristes que a gente presenciou aqui.

O momento que marcou a pandemia foi o falecimento de um colega de trabalho, anestesista, e sua esposa, que faleceram no mesmo dia vítimas do covid. Tínhamos muita amizade, uma pessoa boa que pegou covid e veio a óbito junto com a esposa.

Durante a minha carreira muitos momentos me marcaram, mas o que foi um privilégio foi poder acompanhar de perto o nascimento de meu neto. Como comecei a trabalhar aqui jovem, vivi a vida inteira aqui, minha filha nasceu aqui e depois tive o prazer de acompanhar o nascimento do meu neto."



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