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| Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Sou do tempo em que líderes eram líderes e estavam à frente de suas ações. Eram homens para assumir seus atos. Todo general estava à frente das batalhas. Mesmo os golpistas davam a cara para bater.
O que mais chama atenção na tentativa golpista dos terroristas bolsonaristas neste domingo é a covardia. O coordenador dos arruaceiros está em Orlando, nos EUA. O operador da ação golpista, o ex-ministro e então secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, coincidentemente foi encontrá-lo no final de semana.
Ninguém assume a tentativa de golpe. Os terroristas, marginais, criminosos comuns, agem patrocinados por empresários inescrupulosos que também se escondem covardemente atrás do anonimato.
Os militares que dão guarida aos terroristas não se manifestam publicamente e desonram a calça que vestem.
Deputados norte-americanos começam a articular um movimento que pede a expulsão do miliciano golpista do país, para onde fugiu dia 30 de dezembro com um passaporte diplomático que não tem mais. Para especialistas, ele está, portanto, ilegal nos EUA.
Como é um grande covarde, mesmo expulso talvez ele não volte ao Brasil. Desconfia-se que tente se esconder na Itália, mas a premiê do país, Giorgina Meloni, mesmo sendo da extrema-direita repudiou o ataque terrorista em Brasília. Ela disse ser inaceitável a tentativa de “dissidência democrática”.
A covardia deve ser combatida com eficácia e coragem. Identificar os vândalos terroristas e mantê-los na cadeia, identificar e prender seus patrocinadores e perseguir os chefes da quadrilha até que eles sangrem. Não há mais espaço para piedade. A anistia foi a pior coisa que aconteceu na redemocratização do Brasil. Se esses militares tivessem sido devidamente punidos à época, não estariam dando guarida aos que são tão terroristas quanto eles foram na ditatura.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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