//FERNANDO PESCIOTTA// O lucro por trás da preservação ambiental



Analistas de todo o mundo consideram que a vitória de Lula foi uma vitória da humanidade porque, entre outras coisas, tende a estancar o desmatamento das florestas, essenciais para a vida no planeta.

Desde o período de transição de governo, líderes globais acenam com mais investimento em energia limpa, economia verde e sustentabilidade. O mercado financeiro responde com otimismo.

A tangibilização desse processo pode ganhar força a partir de estudo de Bráulio Borges, do FGV-Ibre, segundo o qual o desmatamento zero até 2030 proposto por Lula pode provocar um ganho de US$ 240 bilhões (pouco mais de R$ 1,2 trilhão) no PIB global.

Além dos ganhos com a produção limpa, o cálculo do longo estudo envolve estimativa de impactos causados pela mudança climática, como danos à saúde e ao ambiente, que custam muito caro.

Na linguagem empresarial, a proposta de acabar com o desmatamento é um ganha-ganha, mas vai exigir esforços para combater criminosos que vivem da selvageria.

Os primeiros passos foram dados. A descoberta do massacre de povos originais e a extensão do garimpo ilegal dão argumento para ações mais efetivas. Ao mesmo tempo em que Lula assinou decreto para acabar com as atividades ilegais em terras yanomamis, o STF pediu a apuração de genocídio de indígenas.

Discurso e prática de preservação ambiental há muito tempo deixaram de ser coisa de esquerdopatas e virou um excelente negócio para o mundo capitalista. Só não entendeu isso quem ainda vive nas trevas.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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