//FERNANDO PESCIOTTA// Milionários no combate à desigualdade e o golpe



Mais de 200 milionários de 13 países assinaram uma carta dirigida aos líderes globais reunidos no Fórum Econômico Mundial, em Davos, pedindo para serem mais tributados "para o nosso bem comum".

Obviamente, nenhum brasileiro assina a carta, que menciona uma "era de extremos", na qual está cada vez menor a oportunidade "para bilhões de pessoas comuns ganharem um salário digno".

Recentemente, a Oxfam divulgou um relatório mostrando uma aceleração das desigualdades e da extrema pobreza, que voltou a aumentar pela primeira vez em 25 anos.

A Oxfam se define como uma confederação de 19 organizações e milhares de parceiros para atuar em 90 países, incluindo o Brasil, buscando soluções para contornar a pobreza, a desigualdade e a injustiça.

Segundo a organização, os mais ricos enriqueceram ainda mais graças à intervenção pública para combater a Covid-19 e às centenas de bilhões de dólares que foram investidos no período. Ou seja, ironicamente, a maior concentração de riquezas recente é irrigada com dinheiro público.

No Brasil, além de nenhum milionário se solidarizar com o movimento global, o dinheiro público está servindo para torná-los ainda mais ricos e também para financiar a tentativa de golpe de Estado.

Levantamento da imprensa mostra que ao menos dez dos terroristas presos pelos ataques do dia 8, e que estavam acampados na frente do quartel, foram candidatos em 2022. Sete deles receberam R$ 180,8 mil dos fundos partidários, dinheiro público.

Eles somam 5.800 votos, numa sugestão de que as candidaturas, a maioria pelo PL, serviriam apenas para a arrecadação do fundo eleitoral para financiar a tentativa de golpe. Incluindo as ações de militares nos atos terroristas, conclui-se que eu, você, nós sustentamos os selvagens.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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