//FERNANDO PESCIOTTA// Genocídio yanomami é o retrato do bolsonarismo



No final de dezembro de 2022, no fechamento das portas do pior governo da história da República, o general Heleno, um dos principais conselheiros do miliciano, autorizou a atuação do garimpo ilegal numa região muito próxima do território yanomami. Mais uma cena do filme de horrores.

Agora chocam o Brasil e o mundo as imagens de dezenas de indígenas morrendo por desnutrição e doenças. Mais do que abandonados pelo Estado, tiveram suas cabeças entregues pelos assassinos que atuavam no Palácio do Planalto aos garimpeiros, os verdadeiros selvagens.

Os garimpeiros, bolsonaristas, atearam fogo até na unidade básica de saúde e estupraram mulheres yanomamis.

Depois de quatro anos de uso da máquina governamental para praticar o genocídio, de abandono do controle da Amazônia, de permissão para garimpeiros agirem livremente, de vistas grossas para assassinatos de quem buscava proteger os desprotegidos, o resultado foi uma barbárie desenfreada.

As imagens daquelas pessoas parecendo os judeus nos campos de concentração nazistas viram o estômago de qualquer ser humano digno dessa classificação. Todos sabíamos que o Brasil inteiro precisa de reconstrução, mas não deixa de ser chocante se deparar com a realidade.

Esses fatos me fortalecem quando me pego sem nenhuma compaixão por aqueles selvagens presos em Brasília reclamando de maus tratos, falta de higiene e com alimentação precária.

Pelo que fizeram, pelo que defendem e quem apoiam, merecem coisa muito pior. Queriam manter no poder alguém que gasta milhões em picanha, camarões, bacalhau e motociata enquanto permite o genocídio de milhares de brasileiros.

Por mais que se queira virar a página, é virtuoso trazer à tona as razões para se querer que o miliciano e seus apoiadores mofem na cadeia.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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