//FERNANDO PESCIOTTA// Autoridade de presidente eleito



A demissão do comandante do Exército é apresentada pela mídia como confirmação da autoridade do presidente Lula.

Ao anunciar a troca, o ministro da Defesa, José Múcio, reconheceu que Júlio Cesar de Arruda deixou o cargo porque “houve fratura do nível de confiança”. A chegada do general Tomás Paiva visa restabelecer o controle do governo, como manda a Constituição.

Arruda é acusado de proteger extremistas e de ser amigo de agentes que operaram na linha de frente dos ataques às sedes dos três Poderes. Segundo o comando da Polícia Militar do Distrito Federal, Arruda ameaçou uma “guerra” caso a PM obedecesse à ordem do STF e desmobilizasse o acampamento dos terroristas em frente ao quartel.

Mais recentemente, Arruda resistiu em acatar ordem do Planalto para impedir que o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid assumisse o comando de batalhão especial em Goiânia.

O “coronel Cid” não é um militar qualquer. Ele é um arquivo vivo. O site Metrópoles, de Brasília, revelou descobertas importantes do STF sobre o ex-ajudante de ordens do miliciano. Ele é acusado de operar um “caixa paralelo” de Michelle Bolsonaro – sempre ela, quando se fala em dinheiro escuso – e da família do miliciano. Surgiu até um cartão de crédito em nome de uma amiga. O miliciano não nega, alegando que Micheque não tinha lastro para operar um cartão de crédito.

O novo comandante do Exército se revela um legalista, ao menos. Na véspera de sua nomeação, Tomás Paiva virou estrela das redes sociais ao aparecer em vídeo chamando atenção da tropa para o respeito ao resultado eleitoral.

“Vamos continuar garantindo a nossa democracia, porque a democracia pressupõe liberdade e garantias individuais e públicas. E é o regime do povo, de alternância de poder. É o voto. E, quando a gente vota, tem de respeitar o resultado da urna”, disse.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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