//FERNANDO PESCIOTTA// Xô, gafanhotos



Cobrado, ao longo de toda a campanha eleitoral o miliciano alegou que o orçamento secreto, a distribuição de milionárias emendas parlamentares com as quais comprou apoio do Congresso, era decisão e atribuição dos deputados. Ele não tinha nada com isso.

Como tudo que sai daquela boca, era mentira. Tanto assim que nesta quarta-feira (30) ele nem precisou mandar um pendrive e suspendeu o pagamento das emendas.

Ainda sonhando com um golpe, o bebê chorão saiu por instantes debaixo da cama e pisou na calcinha quando soube que o PT negocia a aprovação da PEC da Transição com o presidente da Câmara, Arthur Lira, numa negociação que passa pela reeleição no comando da Casa.

O mundo gira, a roda anda. O poder agora está com Lula, é natural que as negociações políticas passem por ele. Brasília comemora que as negociações políticas estão de volta, sem ameaças, medos, imposições, arroubos e abjeções.

É nesse contexto que, de forma civilizada, avançam as conversas pela aprovação da PEC da Transição e propostas para o novo governo. A PEC trará um custo fora do teto de gastos menor do que o propalado pela imprensa, pois há divergência no tamanho de corte de despesas previsto na proposta de Orçamento enviada ao Congresso pelo atual governo, que colocou uma pegadinha imaginando que todos somos idiotas. Há espaço fiscal para R$ 136 bilhões sem comprometer o teto.

Além disso, Fernando Haddad, provável futuro ministro da Fazenda, esclarece que no início do ano o governo Lula deve fazer uma proposta de novo arcabouço fiscal com reforma tributária.

Respirando ar puro e civilizatório, os meandros do Congresso e do CCBB, onde está a equipe de transição, assistem à busca pela reconstrução do País, arrasado pela onda de gafanhotos que tomou conta de Brasília nesses quatro anos.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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