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Numa clara demonstração de pretensões políticas, Tarcísio de Freitas tem tentado se distanciar do genocida chorão. Em entrevista à CNN Brasil, teve a desfaçatez de dizer que “nunca” foi “bolsonarista raiz”.
Na noite desta terça-feira (6), foi fotografado aos risos com o ministro Alexandre de Moraes na posse de novos integrantes do STJ, em Brasília. Pareciam velhos amigos numa mesa de bar. Moraes é alvo de ataques de golpistas, odiado, tachado de inimigo e até ameaçado de morte por bolsonaristas.
Além de dizer que nunca foi raiz dos ultradireitas, Tarcísio acrescentou que não pretende aderir à “guerra ideológica e cultural” como fez o governo do qual fez parte durante quase quatro anos sem se opor a isso.
As declarações motivaram a ira em grupos de extrema-direita nas redes sociais. Alguns perfis chegaram a sugerir que tudo isso não passava de mentira plantada. Outros se dizem “decepcionados”, falam em traição, e muitos continuam mais preocupados em lamber as botas dos soldados nos quarteis.
De modo geral e com exceções, a exemplo do polêmico secretário de Segurança, a composição da equipe em São Paulo foge de nomes ligados ao genocida raiz, mas tem gente do atual governo, como o presidente da Petrobras, que será secretário de Gestão.
Setores da mídia avaliam que Tarcísio, que adora surfar em ondas que o levem para cima, segue o modelito João Doria para compor o secretariado, pensando em nomes de ministeriáveis de forma a dar projeção a seu sonho presidencial. Por isso cogitou Paulo Guedes.
Assim como Doria, Tarcísio foi eleito fazendo dobradinha com o miliciano e mais cedo do que seu antecessor, tenta negar seu passado.
Tarcísio e Doria comungam da mesma ambição, mas visto o que aconteceu com o tucano, era melhor o agora ex-bolsonarista colocar as barbas de molho.
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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com
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