//FERNANDO PESCIOTTA// A origem do jatinho



Na década de 1970, Luiz Inácio da Silva, um torneiro mecânico que presidia o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, tinha em mente que era preciso ultrapassar barreiras impostas pela ditadura militar. Além de buscar melhores salários para a categoria, dizia querer melhorar a qualidade de vida daquela gente maltratada pelo empresariado e pelos militares.

Essa história é contada de trás para frente em livros, como de Fernando Moraes, e filmes. No Google estão detalhes de como Lula se transformou na maior liderança política do País.

O que pouca gente sabe, porém, é que na busca por melhores condições de vida do operariado o então sindicalista montou um sistema de atendimento médico na entidade.

Quem o ajudou nessa empreitada foi um sujeito que atuava na área tentando montar uma rede de planos de saúde, um tal de José Seripieri Filho, já conhecido como Júnior.

Nos últimos dias, Lula voltou a ser massacrado pela imprensa por ter usado um avião de Seripieri na ida ao Egito para participar da COP27. Nesta quarta-feira (16), seu discurso foi recebido como o mais aguardado do evento e atraiu elogios de críticos e da imprensa internacional.

Ele recolocou o Brasil no cenário global e potencializou investimentos bilionários no País.

Segmentos da imprensa reconhecem que não há nenhuma ilegalidade no uso do avião do hoje milionário empresário Seripieri e que há uma lacuna na legislação, que não prevê como um presidente eleito se locomove no período de transição para tratar do futuro governo.

Ilações e prejulgamentos fazem parte da cultura brasileira, mas na atual conjuntura política se tornam prática quase tão golpista quanto aquela dos malucos inúteis que rezam no muro do quartel.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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