//FERNANDO PESCIOTTA// Bolsa Família e o teto de gastos



O mundo olha para o Egito, onde as lideranças globais, Lula incluído, estarão para fechar a COP27 e sinalizar medidas para frear a mudança climática. No Brasil, a grande questão é saber se os recursos para pagar o Bolsa Família aumentado estará fora do teto de gastos em 2023 ou ao longo dos próximos quatro anos.

Além da questão política envolvida, a decisão entrará nos indicadores do mercado financeiro para abalizar investidores e dar credibilidade ao futuro governo.

Analistas consideram que as despesas sociais fora do teto em 2023 já estão precificadas, mas há divergências quanto à tolerância para a mesma medida por quatro anos. A razoabilidade, para eles, pode estar em outra decisão a ser tomada, sobre o que o futuro governo vai colocar no lugar da atual regra do teto de gastos.

Mudanças na âncora fiscal são dadas como certas, pois há consenso de que a regra atual sempre esteve longe da ideal. A questão deverá ser sinalizada pela equipe de transição, que no feriado discutiu o assunto com o provável chefe do Tesouro, Felipe Salto.

Na PEC da Transição, Lula e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, concordam em deixar o Bolsa Família fora do teto por quatro anos. O Centrão concorda com a medida apenas em 2023, de forma a tornar uma renegociação anual mais cara para o futuro governo. Barganha pura.

Registro importante: a Polícia Civil do Maranhão descobriu um esquema fraudulento do Exército no controle de armas. Em outras palavras, tudo indica que os militares estão fazendo tráfico de armas, o que ajuda a explicar por que não querem largar o osso de jeito nenhum.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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