//CARLOS MOTTA// Vereadores, aprovadores e a pergunta incômoda



Os cidadãos eleitos em 2020 para compor o Legislativo serrano têm ultimamente perdido um bom tempo nas suas reuniões das segundas-feiras, bancadas pelo suado dinheiro dos contribuintes, atacando o nosso modesto site, este Viva! Serra Negra, e os seus editores.

Como se diz popularmente, cada um é dono de seu nariz. Se querem falar mal de nós, que falem, o problema é deles, ou seria, se não fosse o fato de que eles deveriam usar as sessões da Câmara Municipal para discutir os problemas da cidade, elaborar leis e fiscalizar o Executivo - afinal, foram eleitos para isso.

Entre as queixas mais costumeiras desses cidadãos que compõem o Legislativo serrano contra o Viva! Serra Negra está a de que o site distorce o que eles falam.

Mentira.

A nossa cobertura das sessões legislativas procura ressaltar o que de mais importante ocorreu em plenário. Temos o cuidado de reproduzir ipsis litteris as falas dos cidadãos que foram eleitos para compor o Poder Legislativo local. Não temos culpa se eles se incomodam com o que falam. Talvez fosse melhor que pensassem um pouco mais antes de discursar.

Outra queixa dos cidadãos que integram o Legislativo serrano contra o Viva! diz respeito ao fato de eles terem sido chamados de "aprovadores" em vez de vereadores em textos de minha autoria na seção semanal "Notas Serranas".

Há uma explicação para isso: todos os projetos de lei do Executivo que foram enviados para votação nesta Legislatura foram aprovados, praticamente sem debate, por unanimidade. Houve casos em que alguns dos aprovadores que se dizem de oposição criticaram projetos colocados em votação - mas acabaram dando o "sim" a eles.

No dia em que algum projeto de lei de autoria do prefeito for debatido seriamente, for esmiuçado em seus detalhes, e receber, a partir dessa análise rigorosa, algum voto contrário, por ele não atender os interesses da coletividade serrana, vou voltar a chamá-los de vereadores. E o Clube dos Aprovadores de Serra Negra voltará a ser a Câmara Municipal.

Por fim, os cidadãos que foram eleitos para nos representar no Legislativo municipal se incomodaram com uma pergunta trivial feita a alguns deles pelo Viva! Serra Negra. Àqueles que não haviam manifestado sua posição nestas eleições, perguntamos: vai apoiar quem, Bolsonaro ou Lula?

A pergunta, nem é preciso explicar, tem não só interesse jornalístico, mas é importante para toda a comunidade serrana. Afinal, os eleitores desses cidadãos que compõem o nosso Legislativo têm todo o direito de saber de que lado estão nestas que são as mais importantes eleições da história recente do Brasil.

Nenhum desses cidadãos respondeu à reportagem. Nenhum disse "apoio Bolsonaro" ou "apoio Lula". Nenhum teve sequer a educação de dizer "não vou responder a essa pergunta".

O silêncio foi a resposta. 

Tão loquazes em atacar este modesto veículo de imprensa, que luta diariamente para manter na cidade um fio de voz democrática, aberta a todos e plural, eles se calaram quando inquiridos sobre a mais banal questão a que se defronta um homem público: qual a sua posição política?

Não disseram nada. 

Podemos supor, então, que esse nada reflete o que são?

E.T.: Todos têm o direito de não concordar com as publicações do Viva! Serra Negra. Para esses há a página "Fale Conosco", na qual se encontra o endereço de e-mail para o qual devem enviar suas críticas. Se estiverem dentro dos padrões de civilidade que mantemos editorialmente, serão publicadas. Não queremos, de maneira alguma, "distorcer" a fala de quem quer que seja ou publicar informações erradas. Somos, creiam, os nossos maiores críticos deste nosso humilde trabalho.

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Carlos Motta é jornalista profissional diplomado (ex-Estadão, Jornal da Tarde e Valor Econômico) e editor do Viva! Serra Negra




Comentários

  1. Bom dia! Faltou nessa reportagem, citar a título de exemplo, alguns projetos que foram aprovados e que não deveriam se-lo. Penso que dessa forma, a reportagem estaria completa e, poderíamos nós munícipes, ter um entendimento melhor a fim de fiscalizar os trabalhos destes legisladores.
    Obrigado!
    Sidney Ribeiro

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