//FERNANDO PESCIOTTA// O que significa não baixar os juros



Apesar de todas as iniciativas do governo para tentar alavancar a economia, de forma a capitalizar nas urnas, os indicadores supostamente melhores não se traduzem em melhora do bem-estar da população. E isso se traduz num candidato à reeleição que não avança nas intenções de voto.

Pesquisa Ipec divulgada na noite da segunda-feira (5) revela que Bolsonaro perde votos entre eleitores de baixa renda, mesmo após todas as bondades adotadas eleitoreiramente.

Entre eleitores que recebem o novo Bolsa Família, por exemplo, ele caiu de 29% para 27%.

Uma das razões para isso é que a queda do índice de inflação não representa alívio para o orçamento doméstico. Os produtos demandados pelas famílias não pararam de subir, continuam muito caros. O que puxou para baixo o IPCA é o preço da gasolina.

Outra explicação, sempre do ponto de vista da economia, é que o acesso ao dinheiro está difícil e caro. Os juros altos como forma de combate à inflação inibem o consumo.

Agora, analistas do mercado financeiro já projetam manutenção desses juros por mais tempo do que o anteriormente imaginado, pois há no horizonte sinais de que a inflação não dará trégua antes de 2024. Com um governo que pensa monetariamente, o fôlego do consumidor não virá nunca.

Ainda na noite da segunda-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, confirmou que o cenário para 2023 é de incertezas e não pensa em baixar os juros no momento. Alega que a “batalha contra a inflação não está ganha”.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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