//FERNANDO PESCIOTTA// Fique em casa



O novo apelo pelo isolamento social não é por causa da pandemia do coronavírus nem é por período indeterminado. Vale apenas para a quarta-feira (7), contra o risco de outra doença, a demência do ódio e do golpismo.

O que deveria ser a comemoração de 200 anos da Independência do Brasil está se transformando no rito da intolerância pregada pela extrema-direita, com o agravante de a convocação para os atos bárbaros partir do governo, que para tal utiliza a estrutura de Estado, com dinheiro público.

Ministérios e estatais receberam lotes de convites para engrossar o “desfile” em Brasília. Evangélicos, ruralistas e empresários estão sendo intimados a comparecer e a dar dinheiro para a mobilização golpista.

Nas redes sociais, sob orientação de Carlixo, grupos de vândalos e delinquentes recorrem ao “pânico” para convocar apoiadores. As mensagens são focadas em fake news sobre urnas e ataques a ministros do Judiciário e a adversários.

Só na Avenida Paulista, em São Paulo, estarão gente como o QG Rural, investigado por pregar a violência armada, e o Damas de Aço, que defende o intervencionismo. Estão previstos ao menos 13 discursos nesse tom.

Antecipando-se ao que promete fazer no dia 7, no final de semana Bolsonaro voltou a ofender o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, chamando-o de “vagabundo”. No próximo debate, ele dirá que nunca atacou nenhuma autoridade do Judiciário.

Foi apenas o aperitivo do que se promete para o 7 de Setembro. Para o bem do seu estado de espírito, fique em casa.

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Fernando Pesciotta é jornalista e consultor em comunicação. Contato: fernandopaulopesciotta@gmail.com




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