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Me dá um dinheiro aí

Comerciantes, hoteleiros, agricultores e empresários de forma geral foram praticamente convocados duas vezes na semana passada para contribuir com a filantropia e o turismo da cidade. Uma das convocações foi feita pelo presidente da Câmara, César Augusto Borboni, o Ney, que disse considerar essencial a participação dos empresários na busca por uma solução para a crise econômica do Hospital Santa Rosa de Lima. A outra foi do Conselho Municipal de Turismo (Comtur), que reclama a ausência dos comerciantes na organização e patrocínio de eventos e atrações do calendário turístico da cidade.

Hospital

A administração do hospital informou aos vereadores em relatório financeiro que a situação econômica é caótica e que para manter o atendimento, a prefeitura precisa elevar o repasse mensal de R$ 550 mil para R$ 800 mil. "A sociedade vai participar e o empresário se movimentar ou não vai ter como tocar o hospital. Não tem como empurrar”, disse Ney na sessão da Câmara, na segunda-feira, 22 de agosto.

Turismo

No mesmo dia, a falta de engajamento financeiro dos empresários também foi tema das discussões do Comtur. “Precisamos fazer um marketing para mostrar aos comerciantes que é importante estar junto para financiar os projetos. Viajo o Brasil de ponta a ponta e em todas as cidades turísticas, como Monte Verde e Urubici e vejo o comércio ajudando a realizar os eventos”, reclamou Marcus Pandolfi.

Festival de Inverno

A iniciativa privada contribuiu com R$ 70 mil para a realização das atrações de inverno. A Associação dos Hotéis, Bares e Restaurantes de Serra Negra (Ashores) colaborou com R$ 50 mil em diárias e a Associação Comércio Forte com R$ 20 mil em dinheiro. A Associação Comercial Industrial e Agrícola (Acia) não conseguiu colaborar. A entidade está em processo de reestruturação e, segundo seu presidente, Tiago Jardim, não dispõe de capital para essa despesa.

Nova adesões

O presidente da Acia, no entanto, avalia como exitoso o trabalho realizado até agora para conquistar novos associados. “O número de afiliados aumentou 300% desde que assumi a diretoria no ano passado”, comemorou Jardim. Há um ano, a entidade contava com 60 associados. Hoje, são 170 e a expectativa de Jardim é chegar a 300 até o fim de 2022.

Mente aberta

O maior desafio da Acia é conquistar a adesão dos comerciantes tradicionais e estabelecidos há mais tempo na cidade. Lojistas mais recentes, que vieram de fora e com novas concepções sobre o comércio, avalia Jardim, são mais receptivos à proposta de adesão da entidade. O trabalho realizado pela Acia tem sido não apenas de convencimento, mas de resgate da credibilidade da entidade entre os lojistas mais antigos. “Temos de reconquistar essa parcela e convencê-los a participar das iniciativas da prefeitura”, explicou.

Decoração natalina

A Acia aposta no concurso de decoração de Natal para atrair novos associados. A entidade quer contar com o apoio do Comtur e da prefeitura para divulgar a iniciativa. A ideia é incentivar a decoração dos estabelecimentos comerciais, dos hotéis e até das residências. A direção da Acia disse que suas ações têm sofrido boicote da administração municipal e até mesmo de parcela de lojistas. “Temos de nos unir para começar a divulgar o concurso e esquecer a política”, afirmou Francisco Bertan, diretor-executivo da associação. A entidade conta com o apoio e funciona no prédio de propriedade do candidato a deputado federal Marco Bueno, principal adversário político na cidade do deputado Edmir Chedid, irmão do prefeito Elmir Chedid, candidato ao oitavo mandato legislativo.




Cercas na praça

Depois de cercar a estação rodoviária e a antiga praça de alimentação, que abrigará uma área para venda de artesanato, a prefeitura cercou um espaço ao lado do playground da Praça Sesquicentenário. Como é usual nesta administração, não há nenhuma informação sobre a sua utilidade. A nova cerca segue o padrão das outras - o que não depõe a favor de sua estética.

Ordem do Dia

Os vereadores vão votar na sessão desta segunda-feira, 29 de agosto, da Câmara Municipal mais um projeto de lei de autoria da prefeitura autorizando a abertura de crédito suplementar, desta vez de R$ 2,705 milhões. A justificativa é "atender solicitação do Serviço de Previdência Social dos Funcionários Municipais de Serra Negra". Os outros dois projetos de lei que constam da Ordem do Dia são de autoria de edis serranos. O de Wagner Del Buono institui a Semana de Prevenção, Orientação e Combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) na cidade, e o de  Ana Bárbara Regiani Magaldi, Anna Beatriz Scachetti e Viviani Carraro institui nas escolas públicas e particulares do município a Semana Escolar de Combate à Violência contra a Mulher, Crianças, Adolescentes e a Família. Nem é preciso bola de cristal para prever que tudo vai passar sem discussão. Afinal, a Câmara Municipal de Serra Negra tem 11 aprovadores.

Salva-vidas

A redação do Viva! Serra Negra recebeu a seguinte mensagem de um leitor, que pediu para não ser identificado: "Por favor, gostaria de indagar por que um funcionário público concursado como salva-vidas da piscina pública está como chefe de delegação da equipe de basquete? Será que é só para ganhar hora extra, exercendo outras funções que não são da alçada de um salva-vidas, ou seja, configurando desvio de função? Mas como tem o benefício das horas extras, faz..." Com a palavra, a prefeitura.


Agosto Lilás

A advogada feminista Raquel Tamassia não teve dificuldade de encontrar exemplos para ilustrar sua palestra “É hora de Quebrar o Silêncio”, promovida pela Frente Parlamentar dos Direitos da Mulher no plenário da Câmara Municipal.  Ao explicar a subalternidade da mulher ao homem, citou a galeria de fotos de ex-presidentes da Casa. “Vou olhar para aquela parede e vou mostrar para vocês que aquela única mulher que está ali foi presidente por três meses e não por uma gestão inteira”, afirmou, se referindo ao retrato da ex-vereadora Nelita Rizzieri Marchi Jorge Nunes. “Quando digo que há subalternidade eu tenho fotografias na parede me mostrando isso que é uma questão da política”, concluiu.

Apartados do povo

A palestrante tirou também do recinto da Câmara um exemplo para ilustrar a falta de legitimidade da voz feminina. O que a mulher diz, a palestrante explicou, só tem credibilidade se houver uma confirmação masculina. O exemplo usado foi a cancela da Câmara que separa os vereadores da população.

Casa do Povo

“Acho um absurdo nas câmaras de vereadores isso que separa o povo", afirmou a palestrante se referindo à cancela que separa o espaço destinado aos vereadores do reservado à população. "E aqui é a casa do povo”, completou Raquel. “Já vi isso em muitas câmaras e continuo achando um absurdo”, disse. Declarações e opiniões como esta, explicou a palestrante, só têm validade quando são referendadas por um homem, o que não ocorreu neste caso.

Cada um no seu lugar

Único homem sentado à mesa do Legislativo durante a palestra de Raquel Tamassia, o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Ricardo Cardoso de Mello Tucunduva discordou da palestrante sobre a cancela que separa vereadores da população. Para o desembargador, a cancela determina o lugar de cada um no plenário. “No salão do júri também temos no fórum uma cancela dessa. O simbolismo não é separar o povo de seus representantes. O simbolismo, segundo me parece, é apenas colocar cada qual em seu devido lugar”, afirmou.

Prerrogativa de vereador

O desembargador avalia que o vereador foi eleito por vontade popular. Ele citou como exemplo Rosimar Gonçalves, único vereador presente além das três integrantes da Frente Parlamentar dos Direitos da Mulher. “Não é justo que o Rosimar se sentasse lá no fundão, então tem de estar aqui. Nada mais justo que alguém desavisado que entre no plenário olhe e pense: os vereadores são aqueles que estão do lado de lá da cancela”, afirmou, lembrando que é eleitor da cidade.

Mulheres na história

Raquel Tamassia citou a ausência das mulheres nos livros de histórias, em especial a da mulher negra, na economia do Brasil, que segundo ela é essencial para a análise da estrutura socioeconômica do país. “Nós não temos passado, nós não temos história, nós não temos voz. A história das mulheres é contada pelos homens e o que sabemos da nossa história sabemos pela visão masculina”, afirmou. A advogada citou a deputada federal Benedita da Silva (PT) e Lelia Gonzalez, escritora e filósofa pioneira no estudo da mulher negra no Brasil. “Elas foram nomes essenciais para o que temos hoje em relação à democracia e à igualdade de direitos da população negra”, salientou.

Mulher negra e maçons

O desembargador comparou as mulheres negras excluídas dos livros de história do Brasil aos maçons, integrantes de uma organização em que a participação das mulheres é restrita. Os maçons, avaliou Ricardo Tucunduva, estariam entre as minorias excluídas dos livros de história do Brasil. “Há outras pessoas que fizeram a grandeza do Brasil que também não estudamos, como os maçons”, afirmou. As mulheres negras acumulam os piores indicadores sociais no Brasil: são as mais pobres, as que têm menos oportunidades, as que ganham menos e vivem em uma situação de quase nenhuma mobilidade social.

Faltou quórum

Apesar da crise financeira no Hospital Santa Rosa de Lima e de a saúde ser a área mais importante para a população, a reunião do Conselho Municipal de Saúde que aconteceria no dia 22 de agosto foi suspensa por falta de quórum e remarcada para esta segunda-feira, 29 de agosto. A pauta, que continha apenas dois assuntos, entre os quais o fechamento do covidário, deverá incluir agora a situação dramática das contas do hospital.

Doação de sangue

A equipe móvel do Hemocentro Unicamp estará esta semana em Serra Negra para mais uma campanha de doação de sangue realizada pelo Centro Espírita Joana D’Arc. A coleta será realizada no dia 31 de agosto, quarta-feira, das 9 às 12 horas na Rua Allan Kardec, 53. É necessário fazer o agendamento pelo link https://bit.ly/doesangue31ago2022. Mais informações (19) 99239-1553.





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